Da Redação
“Decisão complexa”. É assim que define Renan Filho a decisão de deixar ou não o Governo de Alagoas em abril de 2022 para concorrer ao Senado. A indefinição do nome para sucedê-lo no Executivo estadual também deve se manter até a data limite.
“Tenho boas chances ao Senado, mas é preciso organizar a eleição ao governo e construir um projeto viável que mantenha as conquistas”, disse o governador à Veja.
As boas chances às quais ele se refere são refletidas em pesquisas. Nas duas últimas feitas pelo Instituto Falpe, Renan Filho aparece liderando em Maceió e Arapiraca com alguma margem, embora nada definido, ao contrário do que aconteceu na sua reeleição em 2018, quando teve 77% dos votos.
Caso Renan Filho desista de concorrer a uma vaga ao lado de seu pai, o maior beneficiado será o atual dono da cadeira Fernando Collor, que aparece na segunda colocação nas pesquisas. O vereador Fábio Costa e o vice-prefeito Ronaldo Lessa são outros que flertam com a possibilidade ao Senado. Enquanto isso, um parlamentar da Assembleia Legislativa assumiria como governador-tampão para os últimos oito meses do ano, outra discussão indefinida, com vários deputados especulados.
Sem emplacar até aqui um nome unânime para sucessão, o candidato escolhido pelo MDB deve enfrentar uma forte disputa com o grupo formado pelo prefeito JHC e pelo senador Rodrigo Cunha – o mais cotado à candidatura – além de outro definido pelo deputado Arthur Lira, que possui diversas alianças no interior alagoano.
Outro ponto de destaque no tabuleiro político dos Calheiros é o apoio a Lula, líder das pesquisas à presidência. No interior alagoano, assim como no Nordeste em geral, o PT tem mantido base eleitoral fundamental, ao passo que Jair Bolsonaro venceu com muita tranquilidade em Maceió no último pleito. Bolsonaro conta com o apoio de Collor e Lira, este que já deixou claro que não vai abrir qualquer processo de impeachment contra o presidente.
Enfim, Alagoas, o segundo menor estado brasileiro em área, continua com destaque na política nacional, enquanto as disputas internas também prometem efervescer o debate em 2022.