Da Redação
Moradores que estão sendo abastecidos através de caminhões-pipa, em razão da falta d’água em diversos bairros da parte alta de Maceió, denunciam que a BRK Ambiental está fornecendo água poluída, retirada do açude que fica no Eustáquio Gomes.
A denúncia é feita pelo líder comunitário Raimundo Medeiros. “Ontem eu estive na BRK e no momento em que estava lá, recebi um vídeo de um morador mostrando caminhões que estavam tirando água do açude que tem por trás do terminal de ônibus do Eustáquio Gomes, onde a água é imprópria para o consumo humano e até para os animais”, descreveu o representante.
Raimundo ainda disse que relatou o fato durante a reunião com gestores da empresa, os quais reagiram afirmando que a BRK não trabalha dessa forma. “Na volta, eu flagrei o caminhão abastecendo com a água do açude, com emblema da BRK. Quando é hoje, a gente se depara com os moradores dos conjuntos Santa Maria e Eustáquio recebendo essa água podre”, desabafou.
Nas redes sociais, os residentes dessas localidades estão postando fotos dos baldes com água suja e sem tratamento trazida pela BRK. “Situação desumana”, classificou uma moradora. Em um vídeo compartilhado no Whatsapp, duas mulheres gravam o flagrante dos trabalhadores, brincando que foram colocar hipoclorito para tratar a água suja de fezes.
Ontem, vale lembrar que o Ministério Público constatou que o quantitativo de água fornecido é insuficiente e vai exigir novas ações da empresa enquanto a obra da adutora do Catolé não seja concluída. Deputados também vêm comentando o descaso da nova concessionária de água em Maceió e municípios da Região Metropolitana.
Procurada pela Folha, a empresa enviou nota esclarecendo a situação. A BRK afirmou que foi uma falha de um funcionário da empresa contratada, mas que já corrigiu a situação e enviou novo caminhão-pipa.
“A BRK informa que todos os caminhões-pipa disponibilizados para o atendimento emergencial da população são abastecidos com água tratada do sistema produtor da Casal. Na situação pontual identificada nessa quinta-feira (2), o caminhão-pipa da terceirizada M&P Transportes foi abastecido em um ponto de reservatório que não estava sendo utilizado há algum tempo – nestes casos, o procedimento padrão é o descarte do volume de água inicial, que geralmente vem com turbidez. Por uma falha de um funcionário da empresa contratada, o procedimento não foi realizado antes de abastecer o veículo em questão.
Ao tomar conhecimento do fato, a BRK prontamente suspendeu todo o abastecimento temporariamente, realizou a inspeção dos veículos, corrigiu a situação junto ao prestador de serviço e encaminhou um novo caminhão-pipa para o local programado.”