O ex-governador Geraldo Alckmin se desfiliou nesta quarta (15) do PSDB. Ele entregou uma carta de desfiliação para o diretório municipal da legenda que ajudou a fundar e na qual permaneceu por 33 anos. Sua assinatura foi a sétima da ata de criação do PSDB.
A decisão já era esperada. Em maio, ele avisou a aliados que deixaria a legenda, hoje dominada pelo governador João Doria.
Alckmin está conversando com Lula e com o PT para ser candidato a vice-presidente na chapa do petista em 2022. Divergências das duas legendas em relação à campanha para o governo de São Paulo, no entanto, dificultaram esse arranjo até o momento.
A gota d’água foi o anúncio de filiação do vice-governador Rodrigo Garcia à legenda, consolidando a candidatura dele ao governo de São Paulo e bloqueando o caminho de Alckmin. Garcia teve o patrocínio de Doria.
O ex-governador Márcio França, aliado de Alckmin e empenhado em transformá-lo em vice de Lula, já anunciou que pretende se candidatar à sucessão de Doria —e quer o apoio do PT para isso.
A aliança estadual faria parte do pacote em que o PSB indica Alckmin a vice. O PT de São Paulo, no entanto, não concorda. E pretende manter o nome de Fernando Haddad no páreo para a corrida eleitoral paulista.
Por causa disso, Alckmin não deve anunciar agora a filiação ao PSB. Caso o acordo com os socialistas não dê certo, ele teria outras alternativas, como se filiar ao Solidariedade, que já formalizou o convite.
É um novo tempo! É tempo de mudança!
Nesses mais de 33 anos e meio de trajetória no PSDB procurei dar o melhor de mim. Um soldado sempre pronto para combater o bom combate com entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo caminho.
— Geraldo Alckmin (@geraldoalckmin) December 15, 2021
Folha SP