Leonardo Ferreira
Além das reclamações de quedas e faltas de energia, tarifas desproporcionais e procedimentos estranhos e malfeitos, clientes da Equatorial reclamam do atendimento ofertado pela empresa quando solicitam algum serviço. Ausência de respostas e demora na conclusão dos pedidos são as queixas mais comuns.
É o caso da estudante Caroline Melo, que alugou um imóvel na parte alta de Maceió e precisou transferir a titularidade da conta para assumir as obrigações de pagamento durante o período de contrato.
Ela conta que só conseguiu efetuar a substituição quase 15 dias após a solicitação, tendo que implorar agilidade nos canais de atendimento, assim como paciência ao locatário para não desistir do negócio.
“Fiquei esse tempo todo sem conseguir me mudar, atrasando minha vida e meus planos, e sofrendo cobranças para sair da minha atual casa e também do dono da nova residência que vou morar. É um absurdo essa lentidão. Tive que clamar em ligações para que fosse efetuada a troca. O site não pega a base de protocolo, a pessoa fica sem saber se realmente o pedido foi recebido, se está em andamento”, desabafou a universitária.
Outras duas reclamações relatadas à Folha são a respeito da ligação de energia para imóveis novos. O empresário Alex Farias afirmou que terminou a reforma de um imóvel na Avenida Juca Sampaio, no Barro Duro, em Maceió e, então, solicitou a ligação de energia ainda em janeiro.
Ele relata que, depois de desculpas sem sentido e postergação para ir ao local fazer o serviço, funcionários foram enviados e concluíram a solicitação. “Ficam botando defeitos e empecilhos, é muita má vontade. A pessoa necessitando de um serviço básico que é ter acesso à energia elétrica e é essa burocracia toda. E lembrando, nós, consumidores, pagamos conta e cara, não é um serviço gratuito, imagina se fosse?”, indagou o empresário.
As reclamações não se restringem à capital. No interior, a médica Fátima Gomes está construindo uma casa de praia para poder curtir com a família em momentos de festas, feriados e férias. Pretendia já passar o carnaval de 2022 na residência, no entanto, teve que adiar os planos em virtude da demora da Equatorial.
Ela contou à reportagem que fez a solicitação da instalação da rede de energia entre novembro e dezembro. Depois de muitas reivindicações, conseguiu que a empresa mandasse uma equipe agora em fevereiro para o local do imóvel, em Porto de Pedras, município distante mais de 2 horas de carro da capital alagoana.
“Toda semana eu e meu filho íamos para a Equatorial cobrar um posicionamento e saber do andamento do pedido. Sempre diziam que estava dentro do prazo, mas sem data específica para retorno, ou davam a desculpa que os trabalhadores não encontraram o endereço. Nem os atendentes sabem o que dizer, essa é a realidade. Finalmente, após a insistência de parentes meus que estavam na região e ficaram no pé deles no posto de atendimento, a Equatorial ligou a energia e vou agora seguir com a obra paralisada. Mas o desejo de curtir o verão fica para 2023”, argumentou a médica.
A reportagem entrou em contato com a Equatorial para saber sobre os prazos de tais serviços. Foi dito que para transferência de titularidade é de 48 horas para análise e até sete dias úteis para finalização. Na questão de ligação, são três dias até a vistoria e dois para ligação em área urbana, enquanto na rural, cinco dias para vistoria e mais cinco para ligação. Isto é, em ambos os casos descritos na matéria os prazos não se aplicaram à prática.
Corrupção
Um homem que trabalha no ramo da construção civil denunciou à Folha também que para os atendimentos serem agilizados duas coisas são necessárias: conhecimento ou propina.
Pedindo anonimato, o denunciante afirma que ou você conhece alguém de dentro da Equatorial para mobilizar uma equipe de prontidão ou, quando determinados funcionários chegam ao seu imóvel, eles sugerem a oferta de algum dinheiro, porque caso contrário, colocam inúmeros defeitos e travam a realização do serviço. “Na verdade, colocam problemas para comer dinheiro, quando a pessoa abre o bolso, a conversa muda”.
Calada da noite
No fim de janeiro, a Defensoria Pública do Estado cobrou esclarecimentos da Equatorial sobre supostas fiscalizações nas unidades consumidoras em Arapiraca. Os moradores relataram ao órgão que as verificações de possíveis “gatos” estavam ocorrendo de madrugada, perturbando o sossego e causando medo na população. Danificação dos equipamentos e violação de lacres são outros pontos levantados por consumidores por todo o estado.
Nota de esclarecimento:
Sobre os casos relatados, a Equatorial Alagoas esclarece que tem atuado intensamente para implementar melhorias nos processos internos a fim de evitar novas reclamações e cumprir com o compromisso de oferecer um serviço de qualidade e com transparência aos consumidores.
A Distribuidora orienta que os clientes que presenciarem alguma conduta inadequada por parte de seus colaboradores de campo, que façam o registro da reclamação nos canais de atendimento da empresa para que o fato seja apurado, os responsáveis identificados e assim tomadas as providencias cabíveis para a situação.
As denúncias podem ser feitas na Central 0800 082 0196, no site al.equatorialenergia.com.br ou nas agências de atendimento presencial
Assessoria de Imprensa da Equatorial Alagoas















