Redação
O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) entrou nesta sexta-feira (3) com uma representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara contra o presidente da Casa, Arthur Lira (PP/AL), buscando a cassação de seu mandato argumentando o abuso das prerrogativas parlamentares.
O motivo da ação foi por uma discussão entre Lira e o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) em que o partido afirma que houve uma quebra de decoro do presidente da câmara ao silenciar o microfone de Braga no meio de seu discurso e ameaçar retirá-lo do plenário.
“Ao silenciar o microfone do deputado Glauber Braga, impedir sua fala por vários minutos e insuflar a força policial legislativa para retirar o colega parlamentar do plenário, Arthur Lira claramente maculou a presidência do colegiado, infringindo o Regimento Interno e, mais especificamente, as atribuições do Presidente”, segundo um trecho do documento.
Na discussão, o parlamentar do PSOL dirigiu-se a Lira com a seguinte declaração: “Gostaria de saber se o senhor não tem vergonha”.
O presidente da câmara reagiu interrompendo e cortando o microfone de Glauber, e logo disse que o deputado não teria direito à palavra e afirmou que levaria o caso ao Conselho de Ética. Em meio ao bate boca, Glauber chamou o presidente da Câmara de “ditador”, ao que Lira rebateu: “Se ele continuar faltando com respeito à Casa ou a qualquer deputado aqui (…), eu usarei de medidas mais duras para retirá-lo do plenário”.
A ação do PSOL requer que o Conselho de Ética apure “a prática de conduta atentatória contra o decoro parlamentar” de Lira, e que, caso a representação seja admitida, o presidente da Câmara perca seu mandato.