Vereador comenta que representação foi genérica, mas que a Câmara não será omissa. Líder do governo, Rufino já foi cassado pela Justiça por compra de voto
Por Leonardo Ferreira
Líder do governo, o vereador Vanildo Rufino (PP) afirmou que a não abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a conduta do prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves (PP), se deu porque a representação não cumpriu os requisitos necessários. Ele chamou o pedido de raso e sem credibilidade.
“A denúncia foi uma narrativa genérica, sem, contudo, apresentar ou indicar qualquer prova. Na realidade, a referida peça protocolada não preenche os requisitos de uma denúncia formal como prevê o artigo 201 do decreto de 1967, uma vez que não discorre sobre fatos criminosos em concreto. Também não indica de forma clara o crime imputado ao prefeito”, declarou em coletiva.
A denúncia cita, segundo Rufino, fatos narrados pela mídia nacional, bem como que existem provas robustas na documentação da Operação Pecúnia. “Onde estão essas provas que eu não vi ainda? Não tem”, questionou Rufino. Em votação, foram oito votos contrários e três a favor da instalação da CEI.
“O pessoal que entrou com o pedido não tem credibilidade, tanto faz trabalhar certo ou errado, eles começam a bater e aí querem isso em prol de alguma coisa pessoal. Quando alguém faz pelo pessoal e não pelo coletivo, pela sociedade, pelo município, perde a credibilidade. Esse grupo que entrou não tem credibilidade para pedir nada, ainda mais uma investigação da forma como eles entraram”, disse o governista.
Para Rufino, caso houvesse a abertura do inquérito, qualquer mandado de segurança impetrado pelo prefeito anularia os trabalhos, em razão da falta de nexo e fundamentação da denúncia, o que deixaria, segundo ele, a Câmara “desmoralizada”, citando a cassação de GG na gestão passada, que foi revertida pela Justiça.
O parlamentar argumenta que quando foi vereador de 2013 a 2016, houve a abertura contra o então prefeito Toninho Lins sem problemas, pois a denúncia mostrava fatos e foi bem fundamentada com a legislação.
Rufino não se reelegeu para 2017-2020, porém, voltou para a atual legislatura. Em maio, Rufino foi condenado pela Justiça Eleitoral à perda do mandato por compra de votos no pleito de 2020, mas a defesa conseguiu recorrer da decisão.
De acordo com o vereador, a Câmara vai solicitar o relatório de investigação da Polícia Federal e o melhor é esperar o documento final, cujo prazo de entrega é 60 dias, tempo de afastamento de GG do cargo. “Temos que agir dentro da lei, com transparência, com a defesa e o contraditório”.
Rufino alegou também o prazo curto para conclusão da CEI, de no máximo 30 a 45 dias. “Se a gente for abrir uma CEI na ânsia de cassar o prefeito, a gente vai terminar fazendo as coisas erradas. Vamos aguardar o relatório da Polícia Federal em 60 dias, pois é o órgão mais preparado para fazer investigação. Mas não estou dizendo que os vereadores não sabem”.
Omissão
Ele prometeu que caso chegue uma denúncia fundamentada e com fatos, a CEI pode, sim, ser aberta, porque a Câmara não vai ser “omissa, nem prevaricar”. “Mesmo sendo líder do governo, isso não quer dizer que o vereador vai compactuar com coisas que estejam erradas. Quem praticou seus erros, que responda judicialmente”, completou.
Silêncio
Sobre o silêncio de Gilberto Gonçalves, o vereador diz acreditar ser orientação do advogado, mas se fosse com ele já teria se defendido para a população. “Quem não deve, não teme. Pelo tempo acredito já estar na hora de se pronunciar e pedir que a Polícia e o Ministério Público investiguem. Não vejo outro caminho a não ser esse.”
Inquérito
Rufino também se disse surpreso pela investigação, porque o trabalho do prefeito, para ele, é brilhante e toda a população de Rio Largo reconhece. “A aprovação dele é de mais de 90%. Na eleição, nunca se teve um prefeito para ter 25 mil votos como ele teve”, finalizou.














