Redação
A possível venda da Braskem, negociação especulada em até R$ 70 bilhões no mercado, movimenta os bastidores político-econômicos diante de críticas pesadas do senador Renan Calheiros em relação à situação deixada em Maceió. Em discurso na semana passada, ele cobrou a mineradora e agora destaca em entrevistas como vai atuar.
Segundo o senador, a intenção é uma atuação conjunta do Congresso Nacional e do Governo de Alagoas para impedir qualquer negociação da empresa, caso a Braskem não proporcione soluções definitivas sobre as indenizações.
“Não importa, qualquer um pode comprar. A Petrobras poderá elevar a sua participação na Braskem também e não temos, com relação a isso, nenhuma preocupação”, disse sobre a divisão societária da petroquímica.
A Petrobras detém 36,1% do capital total da Braskem, enquanto a Novonor, novo nome da empreiteira Odebrecht, tem uma fatia maior, de 38,3%. As demais ações estão divididas no mercado.
“A única preocupação que temos, e gostaria de nela insistir, é que qualquer solução para a Braskem passe, em primeiro lugar, pelo pagamento da enorme dívida que a Braskem tem com o Estado de Alagoas, com a Prefeitura de Maceió e com outras prefeituras da Grande Maceió”, completou Renan.
De acordo com o jornal Estadão, Calheiros já teve, inclusive, uma conversa telefônica sobre o assunto com o novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Na conversa, segundo interlocutores, o presidente da Petrobras se mostrou sensível ao pleito e sinalizou que, em seu entendimento, a Braskem só será mesmo negociada com outra empresa quando resolver suas indenizações com as famílias alagoanas.
Para a imprensa, Calheiros destacou ainda que os alagoanos querem a construção de um novo bairro para repor as habitações, porque os cinco bairros atingidos pela tragédia estão desertos.
“A economia de Alagoas caiu 11% só por causa desse desastre. Só com a frustração de recolhimento de ICMS, o Estado e os municípios perderam mais de R$ 3 bilhões. É preciso prover a moradia, o emprego, a dignidade dessas famílias. Extraíram o sal-gema desses locais e não colocaram nada do lugar. E os bairros tiveram afundamento. Pessoas adoeceram, perderam familiares, outras se suicidaram”, disse.
*com info Agência Estadão