nu
retiradas as vestes
resta
a textura acetinada de vento
o voo
e urge o secreto leão
desavessado
até o osso
e liquefica-se rubores
deleites
e fica
o peculiar
o extrato
da antiga canção
pontos equidistantes
o sopro
do desejo
alfineta
a espinha dorsal
da razão
e o ventre
entontecido
em cima do muro
libertinagem
do dia
em que a borboleta descobriu
para que lhe serviam
as asas
[Tainah Nataly dos Santos é poeta, Assistente Social, Mestra em Serviço Social pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Publicou alguns poemas nas Revistas Literárias Digitais Subversa (2019) e Literatura & Fechadura (2019). Nasceu e reside em Maceió, mas está sempre construindo memórias e versos nas areias de Japaratinga, cidade do litoral norte de Alagoas]