Enquanto bairros de Maceió afundam e a capital alagoana entrou em emergência por causa do iminente colapso de uma das 35 minas de sal-gema exploradas pela Braskem, a petroquímica propaga seus projetos “sustentáveis” na COP-28, que começou no dia 30 e vai até 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes.
A Braskem integra o pavilhão brasileiro ao lado de Vale, Petrobras e Syngenta. A Vale é responsável pelas barragens que se romperam em Mariana e Brumadinho. A Petrobras, que teve vazamentos no mar, quer explorar petróleo perto da Amazônia. A Syngenta vende no Brasil agrotóxicos proibidos pela União Europeia e é acusada de esconder um insumo altamente poluente de uma fiscalização do Ibama.
O Brasil tem a maior comitiva já enviada a uma Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, 2,4 mil brasileiros se inscreveram para a COP-28, dos quais cerca de 400 são do governo.
No Pavilhão Brasil, serão realizados 135 painéis, coordenados por diferentes ministérios, empresas, universidades e ongs. Ao longo da cúpula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diversos ministros participarão em momentos diferentes da programação, que está dividida de forma temática.
Maceió vive apreensão
A Defesa Civil de Maceió informou, na manhã deste sábado (2), que o solo na área afetada por atividade mineradora da Braskem, no bairro Mutange, afundou 13 centímetros nas últimas 24 horas. A velocidade com que a mina número 18 tem se deslocado é de 0,7 centímetros por hora. Um novo abalo sísmico foi registrado na madrugada, a 300 metros de profundidade, dessa vez com magnitude de 0,89.
Desde o meio da semana há a expectativa por parte dos órgãos de Defesa Civil de que a cavidade da mina 18 entre em colapso a qualquer momento. A situação é mais grave nos bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro, que sofreram nos últimos abalos sísmicos devido à movimentação da mina 18.
/Redação, com Agências