Maria Clara Gomes*
Moradores do bairro Bom Parto, em Maceió, realizaram, na manhã desta segunda-feira (11), um movimento reivindicando o pagamento da indenização e oferta de moradia por parte da Braskem. O bairro é um dos cinco afetados pelo afundamento do solo provocado pela mineração da petroquímica.
No dia 30 de novembro, a Defesa Civil de Maceió divulgou a atualização do mapa de risco, que serviu como base para a decisão da Justiça Federal de incluir a área do Bom Parto no programa de realocação estabelecido pela Braskem. Porém, as vítimas relatam que não estão recebendo o suporte necessário.
Os moradores afirmam que foram pegos de surpresa quando a mina 18 rompeu tendo em vista que não ouviram nenhuma sirene tocando durante o acontecimento. Eles ainda relatam que não receberam nenhuma ajuda da Defesa Civil mesmo após o rompimento.
“Foi uma agonia, né? A gente de repente soube. Eles nem o sinal, a sirene que tem pra alertar não tocou. Veio tocar umas 3 horas da tarde, eu e meu esposo a gente escutou três vezes, aí de repente desligaram e a gente ficou apavorado, corremos pra rua”, explicou uma das moradoras presentes no movimento.
A mina 18 rompeu de 13h15 da tarde, mas o órgão só emitiu a nota informando às 14h37, isto é, mais de uma hora depois do ocorrido.
Rompimento da mina 18
Às 13h15 desse domingo (10), a Defesa Civil informou que a mina 18 sofreu um rompimento sob o trecho da lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.
Os técnicos seguem monitorando o local em busca de mais informações. Ainda segundo a nota, a Defesa Civil afirma que a mina e todo o seu entorno estão desocupados e não há qualquer risco para as pessoas.
Até a última atualização, o deslocamento vertical acumulado da mina era de 2,35m e a velocidade vertical era de 0,52cm por hora, apresentando um movimento de 12,5cm nas últimas 24 horas.
/Estagiária com supervisão