Redação*
Problemas financeiros assolam a administração municipal de Maceió, sendo alvo de críticas por parte dos conselheiros tutelares locais devido ao atraso no pagamento dos aluguéis dos veículos das Regiões de Atuação (RA’s) do município. As locadoras, sem receber os repasses, tomaram medidas drásticas e confiscaram os veículos.
Até o momento, quatro das oito RA’s já tiveram seus automóveis devolvidos, somando-se a relatos de atrasos de até seis meses no pagamento de aluguéis de imóveis, resultando em proprietários solicitando a devolução de seus prédios.
As áreas já afetadas pelos confisco dos veículos incluem a RA 1, abrangendo bairros da parte baixa, a RA 3, do Farol ao Jardim Petrópolis, a RA 6, composta pelos bairros Benedito Bentes II e Antares, e a RA 10, referente ao Benedito Bentes I.
A transferência financeira para os prestadores de serviço, empresas terceirizadas e proprietários de imóveis utilizados pelo Conselho Tutelar é gerenciada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Primeira Infância e Segurança Alimentar (SEMDES), e o processo de regularização está em espera. Uma conselheira, que preferiu não se identificar por receio de represálias, levanta a questão: “O Fundo da Criança em Maceió tinha mais de 1 milhão em conta. Onde estaria esse dinheiro?”
Uma representante da RA 10, situada no Benedito Bentes I, relatou à reportagem que estão enfrentando carência de recursos básicos há mais de seis meses, incluindo itens como copos descartáveis, água mineral e agora, o veículo. Os motoristas dessa unidade já assinaram o aviso prévio em 27 de novembro, e o veículo foi recolhido há 15 dias, de acordo com a servidora.
A preocupação dos conselheiros se estende por toda Maceió, especialmente nas regiões menos favorecidas, onde o acesso por meio dos veículos é vital para a realização de seu trabalho. Outra conselheira contatada classificou a situação como “absurda” e expressou indignação com a postura da Prefeitura, alegando que os direitos das crianças e adolescentes estão sendo violados.
Apesar das promessas da SEMDES em resolver a situação, até o momento, nenhuma ação efetiva foi tomada. A conselheira destaca: “Sem transporte, não temos como efetivar esses direitos! Entretanto, não podemos responder pela administração pública. Ressaltando que nos foi repassado que estão resolvendo”.