Redação*
No último ano à frente da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) articulam para emplacar projetos com potencial de gerar atrito com o governo e o Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos entram em 2024 com metas estabelecidas: o mineiro defende a criação de mandatos para ministros da Corte, o fim da reeleição e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da criminalização do porte de drogas. Já o deputado de Alagoas tem a reforma administrativa como sua prioridade, depois de ter feito a tributária sair do papel.
Pacheco é tido como nome certo para disputar o governo de Minas Gerais, enquanto Lira deve tentar o Senado em 2026.
Congressistas apostam que a relação de Pacheco com o governo e a oposição deve oscilar, como ocorreu no ano passado. O senador foi pilar de sustentação da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas terminou o ano como porta-voz de grupos mais à direita. Já Lira começou o ano distante, mas tem se aproximado do governo. A relação continua a despertar desconfianças.
Dobradinha em Alagoas
No horizonte de Lira também está 2026, quando ele deve tentar uma vaga no Senado. Até lá, o deputado precisará se dividir entre Brasília e Alagoas, já que espera ver o seu aliado, João Henrique Caldas, o JHC, reeleito prefeito de Maceió.
A recondução é vista como fundamental para os planos do presidente da Câmara. JHC deve concorrer ao governo de Alagoas dois anos depois, reforçando o palanque de Lira.
Antes das eleições de 2026, o destino político de Lira é uma incógnita. Uma possibilidade seria assumir um ministério no governo de Lula. Outra opção seria ocupar a presidência da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, como forma de seguir mantendo sua influência na Casa, mesmo sob outra presidência.
Pacheco, assim como Lira, não tem a possibilidade de reeleição em 2025 para a presidência do Senado, e isso fará com que ambos retornem à “planície” do Parlamento, o que torna mais difícil a manutenção de suas influências.
/Com informações de O GLOBO