O Brasil já conta com aproximadamente 20 milhões de pessoas com diabetes, e a doença acomete 9,6% da população adulta de Maceió. A estimativa foi calculada conforme os resultados do Censo 2022, que indicam que a população do país é formada por 203.080.756 pessoas, e representa um recorte do último Vigitel – levantamento em amostra representativa da população brasileira feito pelo Ministério da Saúde. No conjunto de 27 capitais pesquisadas, a frequência do diagnóstico autorreferido de diabetes é de 10,2%.
A IDF – Federação Internacional de Diabetes, entidade que reúne mais de 240 associações especializadas em 161 países e territórios, também estima que a prevalência do diabetes no Brasil é de 10,5%. Segundo a IDF, o Brasil ocupa o 6º lugar no mundo entre os países com mais pessoas com diabetes no geral e o 3º lugar quando se fala em diabetes Tipo 1.
“Diante dos números expressivos, temos um importante papel, que é lutar para todos terem acesso à rede de saúde e tratamento adequado”, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), dr. Ruy Lyra. “Uma de nossas metas é justamente diminuir a diferença entre o tratamento oferecido nas redes de saúde pública e privada”, reforça. Na capital alagoana, 8,3% dos homens e 10,6% das mulheres acima de 18 anos declaram-se convivendo com a doença, segundo o Vitigel.
A SBD é a principal entidade médica do país focada em diabetes, com mais de 3,2 mil associados, e desde a sua fundação contribui para o controle preventivo à doença e trabalha pela ampliação do acesso a medicamentos e tratamentos indicados no sistema de saúde nacional.
Tipos da Doença
Dentre os tipos da doença, a maioria (90%) é do Tipo 2, que ocorre quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz (denominada resistência à ação da insulina) ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia.
A resistência à ação de insulina é a base para a alteração no controle da glicemia no diabetes Tipo 2 e tem como fatores de risco principais a obesidade, a dieta não saudável e a falta de atividade física. É manifestado mais frequentemente em adultos, mas, com a alta de casos de obesidade em crianças e adolescentes, também têm sido registrados casos de diabetes Tipo 2 entre pessoas mais jovens.
Dependendo da gravidade, pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de medicamentos para controlar a glicose, podendo ser necessário o uso de insulina.
Já o diabetes Tipo 1 (de 5% a 10% do total) acontece em pessoas com predisposição genética, nas quais o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta, que são aquelas células do pâncreas que produzem insulina. Logo, pouco ou nenhum hormônio é liberado para o corpo e a glicose se acumula no sangue.
O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.
Prevalência entre Mulheres
De acordo com a médica Bianca de Almeida Pititto, coordenadora de Epidemiologia do Departamento de Saúde Pública, Epidemiologia, Economia da saúde e Advocacy da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a prevalência da doença é maior no sexo feminino. “Segundo o Vigitel, 11,1% das mulheres são afetadas, enquanto apenas 9,1% dos homens apresentam a condição.” A médica reforça, no entanto, que o aumento dos casos em ambos os sexos tem sido bastante expressivo nos últimos anos.
Na primeira versão da pesquisa Vigitel, realizada em 2006, a prevalência de diabetes era de 6,3% nas mulheres e 4,6% em homens. Ainda segundo dra. Bianca Pititto, é relevante notar que a prevalência aumenta com a idade e diminuiu com o nível de escolaridade em ambos os sexos.
Desconhecimento
Segundo a IDF, uma em cada três pessoas com diabetes não sabe ter a doença, uma vez que os sintomas podem demorar a se apresentar (muita sede, urinar demais, vista turva, emagrecimento). Considerando essa informação, o número de diabetes no país pode ser ainda maior.
Desta forma, além do acesso ao tratamento, a SBD reforça a importância de estratégias para identificação precoce e prevenção da doença, visando reduzir os prejuízos à saúde e para a sociedade em longo prazo, decorrentes das complicações e custos.
/Assessoria