O Conselho de Sentença da Comarca de São José da Laje condenou José Eudo Leandro da Silva a 28 anos de prisão pelo feminicídio praticado contra a esposa, Maria Cícera Alves Leandro, em 2023. A pena deverá ser cumprida em regime inicialmente fechado.
O júri popular ocorreu nessa quinta (9), no Fórum da comarca, e foi conduzido pelo juiz José Alberto Ramos. “O réu possuía relação íntima com a vítima, com ela gerou três filhas, contudo, tais laços não impediram que a espancasse brutalmente e a asfixiasse”, afirmou o magistrado na sentença.
Ainda segundo o juiz, o comportamento do réu após o crime indicou frieza, insensibilidade e manipulação. “Após a execução da vítima, este agiu com o objetivo de simular um mal súbito, bem como orientou as próprias filhas a buscar ajuda para a mãe quando esta já estava morta. Chegou a ir ao hospital buscar informações sobre a condição de saúde da vítima, que acabara de executar”.
José Eudo foi condenado por homicídio, com as qualificadoras de motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Ele não poderá apelar em liberdade. A acusação foi feita pelo promotor de justiça Carlos Eduardo Baltar Maia. A defesa ficou a cargo dos advogados William da Silva França e Rafael Batista da Silva.
O caso
O crime ocorreu no dia 5 de maio de 2023, no bairro Armando Lyra. Segundo o Ministério Público, a vítima foi espancada até a morte pelo esposo. Ainda de acordo com a denúncia, Maria Cícera, após anos sofrendo violência moral e psicológica, propôs ação de divórcio, o que não seria de interesse do réu por questões de divisão patrimonial.
Ao ser interrogado, José Eudo negou ter cometido o crime. Disse que estava em casa e chegou a ver a esposa cair ao chão após um mal-estar.
/Assessoria