Redação
A prefeitura de Maceió destinou R$ 37 milhões ao Instituto de Gestão Educacional e Valorização do Ensino (IGEVE), sem licitação e transparência. O contrato, firmado para a implantação e manutenção de creches do programa Gigantinhos, foi assinado às pressas, sem consulta à sociedade e desconsiderando os princípios básicos de publicidade e fiscalização do uso do dinheiro público.
O IGEVE, sediado em São Paulo, é o beneficiário direto desse dinheiro, enquanto os cidadãos alagoanos não têm acesso à aplicação dos recursos. Com a falta de prestação de contas, o instituto negligencia sua obrigação de transparência, limitando-se a informações superficiais em seu site.
O programa Gigantinhos, idealizado pelo prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), visava criar até 10 mil vagas em creches, no entanto, com uma gestão envolvida em polêmicas, surge a dúvida sobre o real interesse no lançamento desse projeto. O processo de contratação do IGEVE sem licitação mostra como a transparência e a ética foram negligenciadas em prol de interesses desconhecidos.
Além disso, relatos sobre a falta de profissionais e a intimidação dos que lá trabalham geram indignação e preocupação. Mães de crianças autistas foram forçadas a assumir funções de auxiliares de sala, enquanto profissionais recém-contratados sofrem com atrasos e ausência de benefícios trabalhistas. O clima de desconfiança e desrespeito é evidente, com relatos de funcionários sendo filmados sem consentimento, em uma clara violação de sua privacidade.
Diante desses fatos, vereadores, incluindo aliados de JHC, exigem transparência e responsabilidade, conforme previsto pela lei. A falta de respostas claras e prestação de contas adequadas é, não apenas uma violação dos princípios democráticos, mas também um desrespeito aos cidadãos maceioenses, que merecem saber como seu dinheiro está sendo utilizado.
Este episódio lança uma sombra sobre a administração pública de Maceió, questionando não apenas a legitimidade dos contratos firmados, mas também a integridade dos responsáveis por sua condução. É hora da capital alagoana exigir responsabilidade e transparência de seus representantes, para que situações como essa não se repitam no futuro.