Redação
Entre fevereiro e abril deste ano, a Câmara dos Deputados, liderada por Arthur Lira (PP-AL), realizou o menor número de sessões de votação num ano de eleições municipais desde 2008. Nas quintas, os congressistas não atuam em Brasília para retornar a suas bases.
Segundo parlamentares, é comum que, em anos de eleições para prefeito, aconteçam menos sessões, uma vez que muitos deles concorrem e fazem campanhas em suas cidades.
Em 2024, Lira deixou de realizar sessões em dias próximos a feriados ou até mesmo em datas em que normalmente o plenário da Casa deveria funcionar.
Em virtude do 1º de maio, Dia do Trabalhador, por exemplo, que caiu numa quarta-feira, a Casa deixou de trabalhar durante toda a semana.
Ao todo, os deputados realizaram 22 sessões deliberativas ao longo deste ano. Em 2020, ano em que também houve eleições municipais, a Casa realizou 35 sessões de votação.
Nos demais anos com disputas eleitorais nas cidades brasileiras, os números também foram maiores do que o registrado em 2024. Foram 70, em 2016; 50, em 2012; e 49, em 2008.
“No meu modesto entendimento, a eleição municipal é muito importante, mas o Parlamento não pode deixar de funcionar em função da eleição”, disse o deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR), que está entre os que acreditam que ano eleitoral não é argumento para a Câmara dos Deputados votar menos.
A Casa, contudo, conseguiu aprovar, neste ano, mais matérias do que em 2016, em razão do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, e em 2008, ano em que a oposição agiu obstruindo a votações de medidas provisórias controversas.
Nos últimos cinco anos em que foram realizadas eleições municipais, a Câmara dos Deputados aprovou 45 matérias, em 2024; 70, em 2020; 30, em 2016; 65, em 2012 e 25, em 2008.
/com Estadão