O PL (Partido Liberal) quer aproveitar as eleições municipais em outubro para apresentar a sigla ao eleitor nordestino, fazer frente ao PT e tentar abrir caminho para a próxima disputa ao Senado, em 2026.
Sem força nas principais cidades do Nordeste, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende estruturar os diretórios locais, identificar possíveis candidatos e expor ideias conservadoras para o eleitorado.
A ideia é expandir a base do partido na região e preparar políticos e simpatizantes para apoiar nomes próprios da legenda nas próximas eleições.
Nas eleições presidenciais de 2022, o Nordeste reafirmou o favoritismo do PT e deu vitória a Lula nos nove estados da região. O petista teve 69% dos votos contra 30% de Bolsonaro e venceu em 8 das 9 capitais.
Também elegeu governadores na Bahia (Jerônimo Rodrigues), no Ceará (Elmano de Freitas), no Rio Grande do Norte (Fátima Bezerra) e no Piauí (Rafael Fonteles).
A única capital onde Bolsonaro venceu, Maceió, é também onde o PL tem a maior chance de vitória neste ano, com a candidatura à reeleição de João Henrique Caldas, o JHC. O prefeito tem como padrinho político o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Ciente das dificuldades na região, a legenda já abriu mão de lançar candidato próprio ao menos em quatro capitais: São Luís, Teresina, Salvador e Natal.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), presidente do diretório do Rio Grande do Norte, vai se afastar do mandato por quatro meses no segundo semestre para acompanhar o processo.
Marinho afirma que foi designado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para ajudar a reorganizar o partido na região.
O senador diz que um dos objetivos é mostrar ao eleitor que ele “tem afinidade” com o que o partido representa e defende, e tentar descolar essas características das que são atribuídas a Lula.
/Folha de São Paulo