Como forma de manter vivas as manifestações populares e tradicionais dos bairros Bebedouro, Mutange e Bom Parto, atingidos pelas atividades da Braskem em Maceió, a Universidade Federal de Alagoas idealizou o IPCI, que é o Inventário do Patrimônio Cultural Imaterial. Nesta terça-feira (6), representantes do projeto e o procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, se reuniram para dialogar sobre o assunto.
De acordo com a coordenadora do IPCI, Adriana Guimarães, o encontro teve como objetivo apresentar ao Ministério Público de Alagoas as ações do projeto, que tem como propósito realizar uma pesquisa minuciosa sobre os rituais, festas, tradições, comidas, entre outras manifestações culturais e artísticas da região.
“Há também uma preocupação com os espaços públicos, a exemplo dos mercados, feiras e praças, que conferiam uma importância especial a esses bairros. Por meio do IPCI, estamos realizando um levantamento das referências culturais imateriais dos locais que foram desocupados em virtude do risco de afundamento do solo relacionado à atividade de mineração”, destacou a coordenadora Adriana.
Integração e diálogo
O procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, agradeceu a visita dos representantes da UFAL, afirmando que o Ministério Público de Alagoas está à disposição para contribuir com o projeto. Ele também mencionou a necessidade de ampliação do diálogo, envolvendo os outros entes públicos que atuam no caso Braskem.
“No encontro, vimos a necessidade de ampliar essa conversa, convocando os outros atores estatais: Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União e Defensoria do Estado. Como estamos todos envolvidos na questão relacionada ao afundamento dos bairros em Maceió, é importante atuarmos coletivamente na execução das ações estratégicas do projeto”, afirmou o PGJ, Lean Araújo.
Além de Adriana Guimarães, participaram da reunião, representando o IPCI, Clair Moura Júnior, Juliana Rebelo Barretto e Josemary Ferrare, que também está na coordenação do projeto.
Saiba mais sobre a iniciativa
Entre os objetivos do IPCI estão o mapeamento dos fazedores de cultura dos bairros afetados, a documentação dos saberes e práticas culturais populares, a análise dos impactos provocados pelo desastre, bem como a apresentação de medidas para assegurar a continuidade na transmissão das práticas culturais.
Conduzido pela UFAL, por meio da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), o IPCI visa cumprir as condições estabelecidas no acordo socioambiental feito entre a Braskem, o Ministério Público Federal e o Ministério Público de Alagoas.
Vale relembrar que o acordo foi firmado em resposta aos impactos da catástrofe tecnológica e ao iminente risco de afundamento da região afetada pelas atividades de mineração, o que resultou no processo de desocupação de bairros da capital alagoana.
/Ascom MPAL