Redação
Três anos após seu lançamento e mais de um ano de atraso da prometida entrega, a obra do Renasce Salgadinho, em Maceió, tem gerado polêmica devido ao aumento significativo de custos e constantes mudanças no cronograma. O prefeito João Henrique Caldas, JHC, assinou recentemente o quarto Termo de Aditivo do contrato, resultando em um aumento de 139% no custo da obra inicial, que saltou de R$ 76 milhões para R$ 182,5 milhões. Este reajuste de R$ 59,3 milhões foi destinado ao Consórcio DCH (DP Barros, Cohidro e Hidrotécnica), responsável pela construção.
A Ordem de Serviço foi assinada em julho de 2021, que prometia ser a maior obra hídrica de Maceió, pois oferecia a despoluição do Riacho Salgadinho, mudou de escopo e de data de entrega, que tinha a previsão inicial de conclusão para janeiro do ano passado. No entanto, o prazo foi prorrogado para setembro de 2024, coincidindo com o período da campanha eleitoral, o que levanta questionamentos sobre o timing das mudanças. Por exemplo, até o momento não existe sinal da instalação dos jardins filtrantes para melhorar a qualidade da água que cai no leito.
Além disso, o projeto não deixa claro sobre o retorno da balneabilidade no leito do riacho Salgadinho, e segue apontando apenas para que o esgoto seja enviado ao emissário submarino, oferecendo uma possível diminuição no fluxo de dejetos desaguando no mar todos os dias. Quanto a este assunto não existe consenso entre o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e BRK sobre como isso seria feito sem aumento de custos e prejuízos ambientais.
Desde o lançamento, o contrato foi aditivado quatro vezes, aumentando o valor da obra e o prazo de entrega. O mais recente Termo de Aditivo, publicado em 29 de julho deste ano, adicionou R$ 59 milhões ao valor original. Esse incremento ocorre após três aditivos anteriores de R$ 15 milhões cada, entre julho de 2022 e 2023. O aumento total no custo da obra em menos de dois anos chamou atenção dos técnicos do setor da construção civil.
O impacto financeiro da obra é notável. Em abril deste ano, o custo da obra já era de R$ 92,1 milhões, com R$ 60,7 milhões já pagos ao Consórcio, de acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Maceió. Contudo, a assinatura do novo aditivo eleva o custo final previsto para R$ 182,5 milhões, mesmo quando ainda faltavam R$ 31 milhões para alcançar o limite previamente estabelecido de R$ 92 milhões. Com o contrato vigente até setembro de 2024, um saldo de aproximadamente R$ 122 milhões permanece a ser pago.
Veja o PDF do Diário Oficial sobre novo Termo de Aditivo: