O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista à revista Veja publicada hoje (1º), que planeja fazer o registro de sua candidatura para as eleições de 2026 no “último momento”.
Bolsonaro diz que vai tentar recuperar seus direitos políticos no Congresso, via projeto de anistia, ou ainda com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal). O registro da candidatura, portanto, seria uma cartada final —e dependeria do seu partido.
Ex-presidente diz ser alvo de “perseguição”. Na avaliação de Bolsonaro, a reunião com embaixadores na qual ele atacou o sistema eleitoral brasileiro não lhe rendeu votos. Por isso, ele afirma que a determinação de sua inelegibilidade é uma “injustiça”, e essa visão precisa se “massificar” na opinião pública.
“Depois, as alternativas são o Parlamento, uma ação no STF, esperar o último momento para registrar a candidatura e o TSE que decida. Não sou otimista, sou realista, estou preparado para qualquer coisa” – Jair Bolsonaro, em entrevista à revista Veja.
Bolsonaro está inelegível até 2030. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tirou os direitos políticos do ex-presidente pela convocação de um encontro com embaixadores para fazer ataques às urnas eletrônicas. O evento foi uma agenda oficial do governo, em julho de 2022, e teve transmissão ao vivo pela TV Brasil.
Na ocasião, a menos de três meses do primeiro turno, Bolsonaro fez afirmações falsas e distorcidas sobre o processo eleitoral, alegando estar se baseando em dados oficiais, além de buscar desacreditar ministros do TSE.
Durante a reunião, realizada no Palácio da Alvorada, o então presidente utilizou o inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar um ataque hacker ao sistema do TSE nas eleições de 2018, visando questionar a segurança das urnas eletrônicas. A tese foi rebatida pelo tribunal e pelo delegado do caso, que negou ter encontrado indícios de fraude nas urnas durante a apuração —Bolsonaro foi eleito no segundo turno, contra Fernando Haddad (PT).
“Falam em vários nomes, Tarcísio, Caiado, Zema… O Tarcísio é um baita gestor. Mas eu só falo depois de enterrado. Estou vivo. Com todo o respeito, chance só tenho eu, o resto não tem nome nacional. O candidato sou eu” – Jair Bolsonaro.
/Agências