Uma disputa por terras no bairro de Riacho Doce, em Maceió, está se intensificando e colocando em risco a vida e a segurança da família Vieira. Residentes na região há mais de cinco décadas, com documentação que comprova a posse da propriedade, os Vieira foram novamente alvo de ameaças e invasões por parte de um grupo empresarial.
Nesta terça-feira (26), representantes de um grupo empresarial munidos de máquinas e alegando uma ordem judicial, invadiram a propriedade da família Vieira. Durante a ação, as cercas foram destruídas e as plantações, que sustentavam a família, foram completamente devastadas. A família teme pela própria vida, especialmente considerando a presença de pessoas idosas e crianças na propriedade, além de um dos membros da família que está em processo de adoecimento mental.
Histórico
A família Vieira, representada pelo inventariante Natalício Vieira, reside em Riacho Doce desde a década de 1960. A documentação, registrada no 1º Registro de Imóveis e Hipotecas de Maceió, atesta a posse da família sobre o terreno. Ao longo dos anos, os Vieira transformaram a área em uma propriedade produtiva, dedicada à agricultura familiar.
A disputa judicial se agravou com a entrada da empresa Norcon, Sociedade Nordestina de Construções S/A, no processo. A Norcon alega ser a verdadeira proprietária das terras e move um processo de reintegração de posse. A família Vieira, por sua vez, apresenta uma vasta documentação para comprovar sua posse há mais de 50 anos.
Ameaças
Em 2023, diante da intensificação das ameaças, um dos herdeiros da família Vieira registrou um boletim de ocorrência no 6º Distrito Policial, em Cruz das Almas. Segundo o relato, as intimidações se intensificaram após a família se envolver em um processo de desapropriação dos terrenos.
A família Vieira busca apoio da comunidade e das autoridades. Natalício Vieira afirma que a família não deseja tirar os direitos de ninguém, mas sim defender sua propriedade e garantir a segurança de todos. “Ao invés de aguardarem a decisão judicial, eles insistem em nos intimidar e destruir tudo o que construímos”, desabafa.
/Assessoria