Ao que tudo indica, a Black Friday e o pagamento da primeira parcela do 13º salário repercutiram positivamente sobre os empresários do comércio de Maceió e contribuíram para a elevação de 2,3% no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), em novembro, segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Embora tímido quando comparado aos 7% registrados em outubro, esse crescimento sinaliza que o segundo semestre vem se consolidando como um bom período para o varejo da capital, fato reforçado pelo Índice de Volume de Vendas (IVV), do IBGE, o qual, após registrar quedas no primeiro semestre, voltou a crescer a partir de junho e, de agosto para setembro, saltou de 109,9 pontos para 112,1 pontos.
Otimismo está melhor nas empresas menores
De acordo com a pesquisa, a confiança do empresário tem maior influência das empresas com menos de 50 funcionários; faixa que vem com aumentos consecutivos desde agosto (106,7 pontos). Nelas, a confiança saltou de 114,8, em outubro, para 117,6 pontos, em novembro, ficando em 2,4% a variação mensal. Já nas empresas com mais de 50 funcionários, o otimismo vem oscilando ao longo do ano e, depois de crescer entre julho (101 pontos) a setembro (129,7 pontos), apresentou queda em outubro (128,1 pontos) e em novembro (120,9 pontos).
“Esse crescimento recente da confiança do empresário do comércio em Maceió, apesar de oscilar nos últimos 13 meses, é um indicador importante para o varejo, mesmo diante da instabilidade da economia brasileira, que vem afetando o ânimo do empresariado”, ressalta o assessor econômico do Instituto Fecomércio AL, Francisco Rosário.
Condições setoriais e da empresa
O Icec é composto pelos subindicadores Condições Atuais, que marcou 95,5 pontos e variação mensal positiva de 5,8%; Expectativas, com 147 pontos e variação mensal negativa de -1,6%; e Intenções de Investimento, marcando 110,6 pontos e 4,8% em novembro. Em relação às Condições Atuais, o desempenho deste mês representa uma redução de 14% no otimismo do empresariado quando comparado a outubro.
Para o economista, os dados indicam que as condições setoriais e da empresa, que estão sob o controle e o entendimento mais imediato do empresário, são as que atingiram maior pontuação, e as condições atuais da economia continuam positivas em termos de crescimento mensal (10,9%), mas com a pontuação mais distante da estabilidade da confiança que é 100 pontos, ficando em 76,5 pontos.
Segmentos de consumo e expectativa de futuro
Na observação por segmentos de varejo (duráveis, semiduráveis e não duráveis), a pesquisa do Instituto Fecomércio AL demonstra que o empresariado do segmento de semiduráveis sustentou a melhoria na confiança no comércio (6,4%). “Isso confirma que o último trimestre do ano representa boas vendas para calçados e vestuário, principalmente”, avalia Rosário.
Desempenho positivo também no segmento de bens duráveis (a exemplo dos eletroeletrônicos, dos materiais de construção e dos veículos), o qual obteve crescimento de 3,3% na confiança. Por outro lado, o segmento de bens não-duráveis (supermercados, farmácia e perfumaria, por exemplo) registrou redução de -3,8%; queda que acontece após duas melhoras seguidas de 8%, em setembro, e de 3,6%, em outubro.
Em relação às expectativas para o futuro próximo, os segmentos de não-duráveis e duráveis apresentaram reduções de -6,1% e -2,9%, respectivamente, na comparação mensal. “Essa queda pode ser reflexo das condições do mercado após as boas vendas de fim de ano, uma vez que o mês de janeiro vem acompanhado de promoções que reduzem as margens, além do crédito mais cara devido aos juros altos presentes na economia brasileira”, analisa.