Redação
A possível volta do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) nos bairros evacuados por conta da mineração da Braskem, conforme recomendação feita pela Defesa Civil de Maceió e anunciada em dezembro, está sendo questionada por uma ex-moradora do Pinheiro.
Andréia Karla, uma das vítimas mais engajadas a denunciar os desmandos do Caso Braskem, destaca a divergência de tal medida. “Não dá para entender. É brincar com a cara de mais de 18 mil famílias”, disse. Ela pediu a manifestação do Ministério Público no caso.
“A Defesa Civil condenou toda uma área e agora quer botar o VLT para funcionar na área de risco, sem o Serviço Geológico do Brasil dar o aval. Como assim? Ou é porque o problema não é tão sério quanto propagaram, ou porque no VLT só anda gente pobre, que, neste país, só tem valor na época das eleições”.
“Agora vem a Defesa Civil dizer que o VLT vai voltar a funcionar na área de risco, de onde pessoas foram tiradas das suas casas, porque ali não poderiam morar”, questionou, citando, como exemplo, a Ladeira do Calmon, onde houve a campanha em massa para evacuação, mas continua com o trânsito de veículos.
Segundo comunicado da Defesa Civil, de 19 de dezembro do ano passado, a decisão foi tomada após estudos realizados pelo órgão que buscou tecnologias japonesas para chegar à possibilidade de retorno de uso da região para a passagem do veículo.
“A suspensão da utilização dessa região para a passagem do trem afetou também a vida e rotina de muitos trabalhadores que utilizavam esse meio de transporte. E, em busca de tecnologias para minimizar esses impactos, encontramos formas para esse retorno, com segurança que é o mais importante”, ressaltou Abelardo Nobre, no texto dvulgado.
“Essas tecnologias já são utilizadas no Japão e trouxeram resultados satisfatórios para o país. E queremos utilizá-las aqui em Maceió para que os impactos desse desastre possam, na medida do possível, serem minimizados”, acrescentou o coordenador da Defesa Civil.