A Globo venceu uma ação movida contra o apresentador Sikêra Júnior e a TV A Crítica, onde ele trabalha. A empresa alegou que Sikêra incitou o ódio contra a Globo e contra a família Marinho em diversas situações, entre 2019 e 2020. O apresentador foi condenado a pagar R$ 100 mil.
O caso foi julgado pela juíza Lia Maria Guedes de Freitas, do Tribunal de Justiça do Amazonas, e ainda cabe recurso. Segundo a juíza, ficou comprovado que Sikêra utilizou sua influência nos programas que apresentava para criar uma campanha de ódio contra a Globo.
As informações foram reveladas pelo colunista Gabriel Vaquer, da Folha de São Paulo. De acordo com os autos da ação, a Globo alegou que Sikêra, em 2019, repetidamente afirmou em seu programa que a empresa “não pensa no povo brasileiro” e “só pensa na safadeza, no que eles querem”.
O apresentador também teria insinuado que a Globo estava envolvida de forma ilícita na política nacional, influenciando nas eleições e na destituição de presidentes da república, e concluiu que “é nojento, é covarde o que estão fazendo com o Presidente do nosso país”, referindo-se ao então presidente Jair Bolsonaro, de quem Sikêra é apoiador.
Além disso, o apresentador teria dito que “a Globo diz que todo policial não presta, só quem presta é bandido. A bala perdida só sai da arma do policial, o bandido, não, ele acerta.
A Globo está acabando com a família brasileira”. Para a Globo, a fala mais grave de Sikêra foi quando ele insinuou práticas pedófilas dentro da empresa. “Eles (Globo) aliciam os menores, as crianças, as famílias brasileiras. Tem uma tara da Globo sobre isso”, afirmou.
A juíza, ao proferir sua sentença, afirmou que ficou claro o objetivo de Sikêra de ofender a Globo e incitar o ódio contra a emissora, sem permitir qualquer oportunidade ao contraditório.
Ela destacou o “elevado grau de culpa da empresa do apresentador réu (Sikêra)”, que, para ela, adotou uma conduta em desacordo com os deveres constitucionais, resultando em uma mácula à honra objetiva da Globo.
A decisão foi tomada no fim de dezembro. A Globo, como de costume, não comentou o caso, e o advogado de Sikêra, Rannieri Alves, não respondeu aos contatos feitos pela coluna.
/Agências