Leonardo Ferreira
Acabar com a angústia de quase cinco anos. Essa é a expectativa de Evany Malaquias, mãe de Kleber Malaquias, empresário e ativista morto a tiros dentro do Bar da Buchada em Rio Largo no ano de 2020, sobre o júri popular dos quatro primeiros acusados de participação no crime de pistolagem.
O julgamento acontecerá nesta segunda-feira (17), no plenário da 8ª Vara Criminal da Capital, após o adiamento do ano passado devido a novos fatos descobertos pela investigação.
“A minha expectativa é grande sobre esse júri, que os acusados sejam condenados e paguem pelo que fizeram com um inocente, que era o meu filho. Já estou com a saúde debilitada, perdi meu esposo, mas Deus é maior. Espero que a sociedade alagoana ajude a fazer justiça”, contou Evany à Folha.
“Éramos uma família humilde, trabalhadora, mas que foi destruída. Meu filho não era santo, mas não fazia nada de errado, só defendia a justiça e a verdade, contra a corrupção de políticos que só vivem da miséria dos outros”, desabafou Evany.
A mãe de Kleber agradeceu, ainda, as autoridades, como a Polícia Federal e o Ministério Público Estadual pelo trabalho incansável no caso, bem como a imprensa, que não deixa o fato cair em esquecimento, mesmo com quatro anos e meio de impunidade.
“Hoje, quem vive corrida sou eu, quem está preso eternamente é meu filho, enquanto os assassinos e os mandantes estão por aí atrás de outros inocentes”, completou ela, que aguarda pelo apontamento do autor intelecutal do crime.
“Espero que a justiça seja feita antes de eu morrer. Meu esposo faleceu e não conseguiu ver, mas tenho fé” – Evany Malaquias
Segundo o MPE, os promotores de Justiça Lídia Malta e Thiago Riff estarão no papel de acusação, sustentando a tese de homicídio duplamente qualificado, por impossibilidade de defesa da vítima e por ter sido o assassinato cometido mediante promessa de recompensa.
A priori, o júri deveria ter ocorrido em 17 de julho do ano passado. Porém, em decorrência de uma fraude processual, pela qual foi denunciado, posteriormente, um delegado da Polícia Civil (PC/AL) da cúpula da instituição, tornou-se necessária a redesignação a data.
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