Em meio a declarações polêmicas do ministro Ricardo Lewandowski, que atribuiu à polícia a responsabilidade por prisões malfeitas e, consequentemente, pela violência, o deputado federal Alfredo Gaspar (União – Alagoas) lançou uma dura crítica contra o governo federal e o Ministério da Justiça.
Lewandowski afirmou que as dificuldades enfrentadas na segurança pública decorrem da má atuação dos policiais. Para Alfredo Gaspar, essa visão ignora o verdadeiro problema: a leniência e a ineficiência do governo federal no combate ao crime.
“Lewandowski é um ingrato. Profissionais estão dando o melhor de si para cuidar da segurança da população, e o ministro está desprezando esse esforço. Esse ministro tem que sair; não tem mais condições de comandar a pasta da Segurança”, afirmou o parlamentar alagoano.
Durante discurso na sessão do Congresso Nacional, Alfredo Gaspar expressou sua indignação com os recentes cortes orçamentários, que totalizaram R$ 391 milhões para o Fundo Nacional de Segurança Pública e R$ 96 milhões para o Fundo Nacional Penitenciário, medidas adotadas a pedido do governo federal.
“Lula, você teve a oportunidade de mudar a história do combate à violência, mas a sua maior ação foi retirar cerca de 500 milhões de reais do Fundo de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário“, afirmou Gaspar.
“O aumento da violência, do crime organizado, dos feminicídios, roubos e assaltos é sua e do seu ministro da Justiça, que diz que a violência é culpa do policial que prende mal. Mas a violência é fruto da corrupção que tomou conta dessa nação. É fruto dos acordos espúrios, da prevaricação, das portas abertas dos cárceres para os grandes corruptos. Tenha vergonha”, declarou.
Retratação
Um dia depois de as seis principais instituições de polícia do Brasil divulgarem um manifesto de repúdio a uma fala de Ricardo Lewandowski, o ministro da Justiça se retratou, nesta sexta-feira (21/3), em fala à imprensa durante solenidade.
“Quero ressaltar agora, publicamente, que nós temos uma polícia brasileira altamente eficiente, preparada. Eu disse, naquela ocasião, e a minha expressão foi pinçada fora do contexto, que as polícias têm que ser melhor remuneradas, melhor equipadas, precisam ser melhor informadas para que possam prender melhor, para que não haja esse fenômeno de o Judiciário eventualmente ter que corrigir erros de prisões que não foram feitas de acordo com a lei”, afirmou o ministro.
/Redação, com Ascom