Integrante do Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), representada pelo presidente Adeildo Sotero, recebeu na manhã desta segunda-feira (24.03), na sede da entidade, a presidente do Comitê, Dilma Carvalho, e as procuradoras do Ministério Público Federal (MPF), Roberta Lima e Júlia Wanderley.
O objetivo do encontro foi apresentar a atuação do programa Nosso Chão, Nossa História e as ações implementadas visando a reparação dos danos morais coletivos (também conhecidos como danos extrapatrimoniais) às famílias afetadas pela atividade mineradora nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto, Bebedouro e, agora, Farol. De acordo com o Censo de 2022 do IBGE, Maceió tem pouco mais de 957 mil moradores e, com o processo de rachaduras e afundamentos do solo em imóveis e ruas dos bairros citados, cerca de 60 mil pessoas foram deslocadas da região.
Os projetos de reparação serão implementados em parceria com Organizações
da Sociedade Civil (OSCs), nas linhas de Fomento e Fortalecimento de OSC’s, Diagnóstico e Pesquisa, Geração de Renda e Empreendedorismo, Educação Ambiental e Bem-Estar Animal e Saúde Mental Comunitária. Ao todo serão 13 projetos com a participação de 12 OSCs. “Nossos projetos estão sendo implementados para que essas organizações recebam capacitação, assessoria técnica, jurídica e contábil para poder se estruturar melhor e desenvolver suas ações”, disse Renata Ferreira, coordenadora do UNOPS. Ela explicou que o escritório vem trabalhando com três instituições acadêmicas, em Maceió, para as cadeias produtivas locais que foram perdidas e designadas em função do desastre. “Sabemos muito pouco ainda sobre essa área do desastre, principalmente o que aconteceu com a população de 2018 pra cá”, complementou.
Consciente da importância deste trabalho e como forma de auxiliar para uma melhor compreensão do cenário a ser trabalhado e seu alcance, a Fecomércio colocou à disposição o Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento do Estado de Alagoas – o Instituto Fecomércio AL, o qual poderá desenvolver pesquisas específicas para subsidiar a atuação na região. Somado a isso, como uma das linhas de trabalho coincide com focos da entidade, que são a geração de renda e o empreendedorismo, a Federação colocou sua estrutura, conjuntamente com seus braços operacionais Sesc e Senac, para contribuir com o projeto, uma vez que o isolamento dos bairros atingiu diretamente a economia local e a os empreendedores. “Quero colocar aqui a Federação do Comércio, o Sesc, o Senac e o Instituto de Pesquisa à disposição no que pudermos contribuir”, afirmou Sotero na condição de presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac Alagoas.
“Geração de renda e empreendedorismo é um item que a gente se preocupa desde o início do nosso trabalho. A gente sente que tem um impacto, já oficiou para diversas instituições pedindo elementos concretos para a gente poder trabalhar em outras frentes até fora do programa, mas a gente não consegue a prova. Então, para esse projeto ser tocado, realmente é muito importante esse engajamento, essa parceria que o UNOPS e o comitê vieram aqui solicitar”, complementou a procuradora Roberta Lima que, em nome do MPF, agradeceu às instituições parceiras e a todos os voluntários cidadãos que compõem o comitê gestor para operacionalizar as ações.
Participaram da reunião os vice-presidentes da Fecomércio, Valdomiro Feitosa e José Vieira, respectivamente 1º e 2º vice; o presidente do Conselho Fiscal da Federação, José Carlos Medeiros; a diretora financeira do Sesc, Natália Bakker, representando o diretor regional Carlos Pessoa; a gerente da unidade do Senac Poço e representante do Senac AL no comitê gestor do UNOPS, Monike Israel, no ato também representando o diretor regional Felipe Dietschi; Telma Guimarães, representante da Fecomércio no comitê gestor do UNOPS; o superintendente da Federação, Allan Souza; e os assessores Jurídico, Pedro Leão, e legislativo, Cláudia Pessôa.
/Fecomércio AL