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Indústria em crise? Vítimas silenciadas: o caso Braskem e o crime socioambiental em Maceió

26 de março de 2025
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Indústria em crise? Vítimas silenciadas: o caso Braskem e o crime socioambiental em Maceió

Foto: Agência Brasil/UFAL

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Por Mauricio Sarmento – Membro da Diretoria do MUVB (Movimento Unificado das Vítimas da Braskem)

A Braskem encerrou o ano de 2024 alegando enfrentar uma crise financeira profunda: prejuízos bilionários,
endividamento crescente e um coro de apelos por incentivos estatais. Enquanto isso, em Maceió, dezenas de milhares de pessoas seguem vivendo o luto e o abandono provocados por um crime socioambiental de proporções inéditas. O colapso geológico causado pela exploração predatória de sal-gema destruiu cinco bairros inteiros e deslocou mais de 60 mil pessoas diretamente afetadas.

Também fazem parte desse contingente comunidades como Flexais, Quebradas, Marquês de Abrantes e Bom Parto, que, embora ainda não reconhecidas oficialmente como áreas atingidas, enfrentam os mesmos problemas estruturais já diagnosticados nas regiões evacuadas. Essas populações vivem sob grave isolamento social e econômico, e lutam com urgência pela realocação e pelo reconhecimento de seus direitos enquanto vítimas do desastre.

Além disso, mais de 140 mil pessoas que vivem nas áreas do entorno — a chamada “borda do mapa” — também
sofrem com os efeitos indiretos e contínuos desse desastre tecnológico criminoso. A correlação entre a alegada crise da indústria petroquímica e a tragédia humana em Maceió escancara a falência de um modelo produtivo que prospera às custas do sofrimento coletivo da maioria e da concentração de lucros nas mãos de poucos acionistas.

A trajetória da Braskem foi marcada por lucros expressivos desde sua fundação. A empresa se beneficiou de políticas de incentivos fiscais, monopólios de mercado e amplo apoio institucional. No entanto, todo esse crescimento se sustentou em um modelo que privatiza os lucros e socializa os prejuízos. O caso de Maceió é a expressão mais cruel dessa lógica: uma empresa que lucrou bilhões com a extração de sal-gema, mas que não assumiu integralmente os custos humanos, sociais e ambientais do desastre que causou.

O contraste é gritante. A mesma Braskem que hoje clama por ajuda pública e proteção de seus interesses continua sem garantir reparação integral às vítimas. Impôs um programa de compensação marcado pela coação econômica, social e psicológica, desconsiderando a complexidade da perda coletiva e territorial. A reparação tem ocorrido por meio de processos unilaterais, sem participação efetiva das comunidades atingidas, sem transparência e sem compromisso com a justiça.

Acredito, como sindicalista que sempre pautou sua atuação pela via do diálogo e da negociação, que a solução para as vítimas também deve passar por esse caminho. Contudo, é fundamental que a negociação se dê com quem realmente detém o poder de decisão dentro da empresa — e, principalmente, que haja uma negociação direta com as vítimas. São elas que conhecem a extensão dos danos, os impactos cotidianos e as necessidades urgentes. Negociar, sim — mas com as pessoas atingidas no centro do processo, com respeito à sua autonomia, escuta ativa e compromisso genuíno com a reparação integral.

A indústria petroquímica é estratégica para o desenvolvimento do Brasil. Mas estratégia não pode ser confundida com conivência. A Braskem não pode ser o símbolo da reindustrialização que o país necessita. Precisamos de um novo pacto industrial, fundado na responsabilidade socioambiental, na preservação dos territórios e na centralidade da vida. Não é aceitável que um setor que se diz voltado para o futuro se apoie em práticas que destroem cidades inteiras e deixam rastros de dor.

O modelo atual revela sua falência quando precisa da destruição social para crescer e de apoio estatal para sobreviver. Uma indústria que não é capaz de garantir reparação integral, que enfraquece a democracia ao perseguir judicialmente suas vítimas e que busca blindagem diante de seus crimes não pode continuar operando sob as mesmas regras.

Não há futuro possível para a indústria sem justiça para o passado. Reindustrializar o Brasil exige uma transição justa— com reparação plena às vítimas, responsabilização das empresas e políticas públicas que coloquem a vida  e o território no centro das decisões. A reconstrução do país começa com o reconhecimento e a reparação plena dos seus escombros.

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