Da Redação
Uma das vítimas da Braskem em Maceió, Andréa Karla, que ainda aguarda receber uma indenização justa, entrou com um pedido na Justiça Federal para que a Contadoria Judicial faça uma planilha de correção sobre os valores oferecidos pela mineradora na compensação financeira relacionada a seu imóvel afetado pelo crime ambiental.
Andréa Karla, que residia no Pinheiro e não aceitou os valores iniciais ofertados pela Braskem, teve sua casa demolida no final de 2024, consentida pela Defesa Civil de Maceió, mesmo sem autorização por parte dela. Após isso, a petroquímica entrou com uma ação de execução para fazer o pagamento.
A planilha dos valores foi elaborada pela própria Braskem, que depositou o montante em juízo. No entanto, Andréa Karla questiona, através de impugnação, que os índices podem estar errados, por isso, solicita que a Justiça Federal faça, por meio da Contadoria, a correção dos cálculos.
“Enquanto essa planilha não chegar aos autos, eu não vou aceitar qualquer tipo de recebimento de valor. Nós temos uma sentença em que o juiz informa que o imóvel só pode ser passado para a Braskem após o pagamento do meu valor”, explica Andréa.
Além disso, Andréa Karla relata que ganhou, em juízo, a questão do aluguel, e a Braskem fez o depósito, mas logo pediu o bloqueio, alegando em recurso que ela não teria direito por ser uma resistente. “Não recebi nada de aluguel social. O valor depositado do aluguel também fica retido em conta judicial”.
Ela faz parte do grupo que resiste às pressões da mineradora e busca a devida reparação pela tragédia em cinco bairros da capital alagoana. “O depósito judicial foi feito com a planilha da Braskem, e eu me recuso a receber porque não sei se está correta”.
“A obrigação da elaboração dessa planilha, no meu entendimento, é da Justiça Federal. Somente vou sacar qualquer valor no momento em que a Justiça lance no processo uma planilha própria, com índices, correções e valor real, pelo fato de que haja imparcialidade”, completa.