O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) aprovou, por unanimidade, a criação da Comissão da Verdade, da Memória e da Justiça, instituída pela Resolução n° 04/2025/Consuni.
A medida representa um marco na trajetória da instituição, ao assumir o compromisso público com a apuração de violações de direitos humanos ocorridas na instituição durante a Ditadura Militar, entre 31 de março de 1964 e 5 de outubro de 1988.
A comissão terá como missão central investigar, esclarecer e propor ações de reparação para casos de cassações, expulsões, aposentadorias compulsórias, perseguições políticas, torturas, prisões, mortes e desaparecimentos de estudantes e servidores da universidade. Também serão apurados a existência de estruturas de vigilância e o apoio institucional ao regime militar dentro da Ufal.
A presidência da comissão será exercida pela professora Emanuelle Gonçalves Brandão Rodrigues, do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (Ichca). “Certamente, precisaremos da colaboração de bolsistas e voluntários. Precisamos fazer um levantamento em documentos e realizar entrevistas, não só para registrar os acontecimentos, mas principalmente para propor ações de reparação”, destacou.
Além da professora Emanuelle, compõem a comissão os professores e pesquisadores Luciana Farias Santana, do Instituto de Ciências Sociais (ICS); Reivan Marinho de Souza, da Faculdade de Serviço Social (FSSO); Danilo Luiz Marques, do Ichca e coordenador-geral do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi); Osvaldo Batista Acioly Maciel, do Ichca; a jornalista Lenilda Luna, da Assessoria de Comunicação (Ascom); e o discente Matheus Vasconcelos Maia, do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
O reitor Josealdo Tonholo parabenizou a indicação dos integrantes. “Os membros foram escolhidos com base em sua competência, atuação com documentos históricos e reconhecido compromisso com a causa da justiça e da memória”, declarou.
Entre as primeiras ações planejadas, está a definição de uma data para a diplomação simbólica de estudantes vítimas da repressão: Gastone Beltrão, Dalmo Lins e Manoel Lisboa.
Esses estudantes foram reintegrados à Ufal em sessão do Consuni realizada no último 1º de abril, com ampla participação da comunidade universitária, de familiares dos estudantes e de ativistas dos movimentos sociais.
/Assessoria