Na manhã desta terça-feira (2/), lideranças da oposição se reuniram na residência do deputado Luciano Zucco (PL-RS), em Brasília, para discutir a estratégia em torno da proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O encontro ocorreu durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de participação em uma trama golpista.
Em coletiva à imprensa, Zucco, que lidera a oposição na Câmara, classificou o julgamento como “um dia histórico, mas extremamente negativo”. Segundo ele, o processo em curso seria uma forma de perseguição política. O parlamentar defendeu que a anistia seja pautada de forma imediata no plenário do Congresso.
“Temos a maioria do Congresso e dos líderes que apoiam essa pauta. […] Entendemos que é um passo importante para pacificar o país”, afirmou Zucco.
A deputada Carol de Toni (PL-SC), líder da minoria, reforçou a crítica à condução do processo no STF. Para ela, o julgamento seria “nulo” e careceria de imparcialidade. “Não há provas robustas de crime cometido. Isso é uma revanche política”, disse.
Na mesma linha, o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) declarou que o Brasil atravessa um “estado de exceção” e que o Congresso precisa intervir. Ele defendeu a anistia como forma de “pacificação do país”.
Reunião de líderes
A oposição pretende levar o tema à reunião de líderes partidários, marcada para as 14h desta terça-feira na Câmara dos Deputados. Zucco destacou que a articulação envolve partidos de diferentes bancadas e disse acreditar já haver votos suficientes para avançar com a proposta.
Enquanto a oposição busca apoio no Congresso para a pauta de anistia, Jair Bolsonaro responde no Supremo a um processo relacionado às investigações sobre tentativa de golpe de Estado. O julgamento, iniciado nesta terça, terá sessões ao longo dos próximos dias e deve se estender até a próxima semana.