A Chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu ao comunicado emitido pelo União Brasil, que deu prazo de 24 horas para que todos os filiados saiam imediatamente dos ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sob a justificativa de, segundo a legenda, o governo Federal usar órgãos de investigação para atingir o presidente do partido Antônio Rueda.
“Repudio as acusações infundadas e levianas feitas em nota divulgada hoje pela direção do partido União Brasil. A direção do partido tem todo direito de decidir a saída de seus membros que exercem posições no governo federal. Aliás, não é a primeira vez que fazem isso. O que não pode é atribuir falsamente ao governo a responsabilidade por publicações que associam dirigente do partido a investigações sobre crimes. Isso não é verdade”, escreveu Gleisi em seu perfil no X (antigo Twitter).
A diminuição desse prazo para 24h teve como contexto as investigações da Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal (PF). Segundo o órgão, o presidente Antônio Rueda é investigado na ação de combate a crime organizado.
“O União Brasil, por meio de sua Executiva Nacional e de suas Lideranças na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, manifesta irrestrita solidariedade ao Presidente Antonio Rueda, diante de notícias infundadas, prematuras e superficiais que tentam atingir a honra e a imagem do nosso principal dirigente”, escreveu o partido.
Desembarque do União Brasil
No Governo Federal, o União Brasil tem participação em três ministérios: Integração e Desenvolvimento Regional, Comunicações e Turismo. Dentre esses, o titular da pasta do Turismo, Celso Sabino, é filiado ao partido. Os outros dois ministros, que são Frederico Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração), foram indicações do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, parlamentar filiado ao União Brasil.
A legenda, além de definir a pena de expulsão a filiados que continuarem como ministros, estabeleceu a mesma regra a quem ocupa cargos de confiança em autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista ligadas diretamente à administração federal. Até o momento, a Codevasf e a Telebras não se manifestaram sobre a determinação do União Brasil.
Quanto aos ministérios, fontes ligadas às pastas das Comunicações e à Integração afirmaram que o fato de Waldez e Frederico não serem filiados ao partido comandado por Rueda descarta a necessidade de eles deixarem o governo Lula por estabelecimento da legenda.
Confira a nota completa do União Brasil:
“O União Brasil, por meio de sua Executiva Nacional e de suas Lideranças na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, manifesta irrestrita solidariedade ao Presidente Antonio Rueda, diante de notícias infundadas, prematuras e superficiais que tentam atingir a honra e a imagem do nosso principal dirigente.
Causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no Governo Federal – movimento legítimo, democrático e amplamente debatido nas instâncias partidárias.
Tal “coincidência” reforça a percepção de uso político da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal liderança e, por consequência, enfraquecer a independência de um partido que adotou posição contrária ao atual governo.
Esse posicionamento, aliás, foi hoje unanimemente reforçado pela aprovação da resolução que determina aos filiados do União Brasil o desligamento, em até 24 (vinte e quatro) horas, dos cargos públicos de livre nomeação na Administração Pública Federal Direta ou Indireta, sob pena de prática de ato de infidelidade partidária.
O União Brasil seguirá atuando em sintonia com os anseios da sociedade brasileira e jamais se intimidará diante de tentativas de ataque a seus dirigentes.