A chegada da vacina contra a bronquiolite ao Sistema Único de Saúde (SUS) marca um importante avanço na saúde infantil do país. A nova imunização, voltada especialmente para proteger bebês e crianças pequenas contra o vírus sincicial respiratório (VSR) — principal causador da bronquiolite — promete reduzir internações e complicações respiratórias que preocupam famílias e profissionais da saúde.
A bronquiolite é uma infecção que atinge as vias respiratórias inferiores, sendo mais comum em bebês de até dois anos de idade. O vírus sincicial respiratório é o maior responsável por casos graves que levam à hospitalização, especialmente em prematuros e crianças com doenças cardíacas ou pulmonares pré-existentes.
Segundo a pneumologista infantil Rita Silva, a introdução da vacina representa um marco na prevenção das doenças respiratórias mais graves na infância. “Durante o outono e o inverno, observamos um aumento significativo dos casos de bronquiolite. Muitos bebês chegam aos hospitais com dificuldades respiratórias, necessitando de oxigênio e até internação em UTI. Ter uma vacina disponível é um avanço que vai salvar vidas”, afirma a especialista.
A vacina, que já é utilizada em outros países com resultados expressivos na redução das internações pediátricas, começará a ser aplicada de forma gradual no SUS, priorizando os grupos mais vulneráveis. O Ministério da Saúde pretende incluir a imunização no calendário nacional para bebês dentro da faixa etária definida como de maior risco.
Rita Silva explicou ainda que o imunizante atua fortalecendo o sistema imunológico das crianças contra o vírus, diminuindo as chances de infecção grave. “Essa vacina vem somar à importância da prevenção. Assim como a higiene das mãos e o cuidado em evitar ambientes fechados e aglomerações, agora teremos uma ferramenta científica comprovada para reduzir o impacto da bronquiolite na saúde infantil”, ressaltou.
Além de proteger diretamente as crianças, a nova vacina também trará reflexos positivos para o sistema de saúde. Com menos internações por infecções respiratórias, os hospitais poderão direcionar recursos para outras demandas pediátricas e emergenciais. “A pneumologia infantil ganha um aliado poderoso. A vacinação vai ajudar a quebrar o ciclo de infecção e reduzir o sofrimento de milhares de famílias. É uma conquista para todos que lutam pela saúde das nossas crianças”, conclui Rita Silva.