Redação*
O Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) publicou uma nota, nesta segunda-feira (27), manifestando preocupação com a extração de areia em Piaçabuçu, destinada ao tamponamento das minas de extração de sal-gema da Braskem em Maceió. A atividade ocorre em área ambientalmente sensível no Litoral Sul de Alagoas, inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) de Piaçabuçu, o que agrava a degradação de ecossistemas frágeis e ameaça territórios pesqueiros e comunidades tradicionais.
Estudos recentes realizados por pesquisadores da UFPE e da UFBA, publicados no Anuário do Instituto de Geociências da UFRJ, indicam que a região entre Feliz Deserto e Piaçabuçu está em processo de afundamento. Os levantamentos identificaram trechos com rebaixamento de até 5,4 metros e áreas com subsidência de cerca de 2,9 metros, devido à perda de sustentação da planície deltaica do Rio São Francisco.
Segundo a nota, a retirada intensiva e descontrolada de areia é apontada como um dos fatores que agravam esse processo, representando sério risco para a estabilidade do solo e para a segurança das comunidades costeiras.
Em fevereiro de 2025, o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) já havia protocolado, juntamente com outras entidades, representação ao Ministério Público Federal (MPF) alertando para os riscos socioambientais da exploração de areia em Feliz Deserto.
O MAM destaca que a continuidade da retirada de areia para atender à demanda da Braskem confirma a ausência de fiscalização e o aprofundamento da degradação ao longo do litoral sul de Alagoas. O Movimento afirma ainda que essa atividade impacta diretamente municípios da região, incluindo Marechal Deodoro, especialmente na área das Dunas do Cavalo Russo, Barra de São Miguel, Coruripe na região de Poxim, Feliz Deserto e agora Piaçabuçu, onde a extração ocorreu em ambientes de elevada sensibilidade ecológica, afetando dunas, restingas, margens estuarinas e territórios tradicionalmente utilizados por pescadores e por comunidades costeiras.
Apesar dos danos amplamente denunciados, até o momento não foi executado o plano de recuperação das áreas degradadas – PRAD, permanecendo marcas visíveis de destruição ambiental, como as dunas do Cavalo Russo.
“A ausência de medidas efetivas de restauração revela o descaso do poder público e da empresa diante das consequências socioambientais já consolidadas no litoral sul alagoano”, diz trecho do documento.
De acordo com a nota divulgada, O MAM requer:
• Suspensão imediata da extração de areia em Piaçabuçu;
• Fiscalização efetiva dos órgãos ambientais;
• Recuperação das áreas degradas pela extração de areia.
• Respeito aos direitos das comunidades e à integridade dos ecossistemas costeiros.
Confira a nota na íntegra:
/com assessoria















