Redação
A fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) alcançou, em outubro, o maior volume já registrado no país. Ao todo, 2,862 milhões de pedidos de aposentadorias, pensões e benefícios por incapacidade aguardam análise, em um cenário que pressiona o governo federal e expõe o impacto da suspensão do programa criado para reduzir a demanda.
Os dados mostram que o acúmulo não é pontual, mas crescente. Em agosto, a fila somava 2,626 milhões de solicitações. Em setembro, houve aumento de 5,79%, chegando a 2,778 milhões. No mês seguinte, mais uma alta, de 3,02%, até o patamar recorde de outubro. A maior parte dos pedidos é de Benefício de Prestação Continuada, com 1,140 milhão de solicitações, além de benefícios por incapacidade, que somam 1,3 milhão.
A contenção da fila era uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A estratégia do governo incluía o Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB), criado para acelerar a análise dos processos por meio do pagamento de bônus a servidores e peritos. Porém, o programa foi suspenso no mês passado.
Em ofício, o presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, explicou que a interrupção ocorreu por falta de recursos no Orçamento. Ele afirmou que a continuidade do PGB dependia de verba adicional, que não foi assegurada. Com a suspensão, a tendência é que a fila continue crescendo enquanto o governo não apresenta uma alternativa para manter o ritmo de análise.
A situação reacende o debate sobre a capacidade operacional do instituto e reforça a preocupação de milhões de segurados que aguardam resposta. A equipe econômica e o Ministério da Previdência devem avaliar novas estratégias para evitar que o acúmulo avance ainda mais até o fim do ano.















