Junior, Everson e Mary Montila. Três pessoas com vidas, características e gostos diferentes, mas que tiveram o mesmo fim: foram assassinados em Alagoas vítimas do preconceito e da inexistência de políticas públicas. Somente este ano no Estado, 18 integrantes da população Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTI) perderam as suas vidas. No Brasil, o número de executados é de 334, até o fechamento da edição, mais que um por dia. Pelo andar da carruagem, o número só deve crescer.
O último caso na capital alagoana aconteceu na madrugada do dia 2 deste mês. Genaldo dos Santos foi executado com golpes de arma branca num terreno baldio nas imediações a casa onde morava. Segundo informações da Polícia, a vítima apresentava perfurações no pescoço. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas, mas nada pôde fazer.
O presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Nildo Correia, acredita que a certeza da impunidade aumenta a violência contra a população LGBTI. Segundo ele, criminalizar a homofobia seria uma alternativa para diminuir os números alarmantes da violência contra a classe.
Nildo ressalta que tentar reverter esse quadro atual somente com o apoio da Secretaria de Segurança Pública (SSP) é inviável. “Precisamos começar a combater e falar sobre o assunto dentro das escolas em casa. A sociedade deve estar engajada nessa luta para que mais sangue não seja derramado”.
O porta-voz lembra que em 2008, durante a Conferência Estadual LGBTI, o GGAL implantou um Grupo de Trabalho dentro da SSP para mapear a violência contra os LGBTI em Alagoas. No final da gestão do então governador Teotonio Vilela, o projeto foi encerrado. Correia reforça que, diante das estatísticas, já solicitou, por meio de contatos com a Pasta, a retomada da ação, mas que até agora não obteve nenhum retorno.
Travestis e trans no mercado de trabalho
O representante do GGAL destaca tenta dialogar para que seja criado um Projeto de Lei em Alagoas que ofereça cotas para transexuais e travestis nos serviços públicos terceirizados, já que elas estão fora do mercado de trabalho, correndo sérios riscos.
Por Guilherme Carvalho Filho – Jornal Folha de Alagoas
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