Desde que foi inaugurada, em dezembro de 2016, até março deste ano, a Casa do Coraçãozinho, já realizou 4.852 consultas, 4.604 ecocardiogramas, 1.581 eletrocardiogramas, 81 exames de raios-X, 157 exames de hemodinâmica e 338 cirurgias, totalizando 11.613 procedimentos. Mantida em Maceió pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), a unidade tem como finalidade o atendimento aos pequenos alagoanos que sofrem com algum tipo de cardiopatia.
Somente este ano, 35 crianças já passaram por cirurgias cardíacas. O espaço, que foi concebido dentro de um modelo de excelência, possui consultórios médicos, uma área de treinamento para pediatras e cardiopediatras, auditório, brinquedoteca, centro de diagnóstico e salas de treinamento, para que, juntos, num mesmo ambiente, acolham da melhor forma possível às crianças e seus familiares.
“O foco da Casa do Coraçãozinho não é simplesmente dar o diagnóstico ou encaminhar a criança para ser submetida ao processo cirúrgico. Ela garante o acompanhamento do seu crescimento e desenvolvimento ao longo de todo tratamento”, salienta o diretor executivo da Casa do Coraçãozinho, Otoni Veríssimo.
Mas, antes da implantação do Serviço Estadual de Cardiopatia em Alagoas, segundo ressalta o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, as crianças com cardiopatia precisavam realizar o tratamento fora do Estado. “Graças ao Governo de Alagoas, foi criado um serviço que acolhe, monitora, trata e acompanha toda e qualquer criança alagoana que nasça com alguma doença no coração, sobretudo por ser um centro de atividades multiprofissional e multidisciplinar”, enfatiza.
Beneficiada – Entre as centenas de crianças beneficiadas pela Casa do Coraçãozinho, está a pequena Maria Grasiely, de dois anos. Natural de Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, a suspeita do problema cardiológico ocorreu após o nascimento, segundo relata a mãe, Jackeline Lopes, de 33 anos.
Após o ecocardiograma e um diagnóstico precoce, realizado em Maceió por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), uma cardiopediatra diagnosticou que a menina, com um mês e meio, tinha sopro – nome do ruído produzido pela passagem do sangue pelas estruturas do coração. A criança foi encaminhada para a cirurgia. O procedimento deveria acontecer com seis meses de vida. Contudo, não pode ser realizado porque a pequena precisava ganhar peso.
À época, Maria Grasiely pesava 7,5 quilos e precisava aumentar mais 2,5 para se submeter à cirurgia. “Ela apresentava cansaço, suava bastante, não conseguia ficar em lugares abafados e, conforme o tempo ia passando, o coraçãozinho dela aumentava”, recorda a mãe.
Após um mês da cirurgia, a família começa a assistir, emocionada, aos processos evolutivos graduais da criança. “Hoje, ela está com 10,5 quilos. Uma menina completamente diferente de meses atrás. Ela brinca e se alimenta de forma bastante saudável. Ainda guardo a imagem com alegria da vez em que ela dormiu a noite inteira, sem interrupções”, lembra Jackeline Lopes.
Hoje em dia, nas palavras da mãe da criança, ela está brincando e alegre. “É gostoso de ver. Se ela não fosse diagnosticada a tempo, isso acarretaria em outros problemas, podendo vir a óbito. Só tenho a agradecer a equipe que compõe a Casa do Coraçãozinho, desde o pessoal da limpeza até o cirurgião que operou minha filha”, relata.
Funcionamento
A Casa do Coraçãozinho funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Os pais e as crianças são atendidos por uma equipe multiprofissional, formada por assistentes sociais, enfermagem, médicos, cirurgiões cardiovasculares e pediátricos, cardiopediatras, pediatras, psicólogos e fisioterapeutas.
Projeto Coração de Estudante
Grande parte das crianças que são atendidas na Casa do Coraçãozinho é, em geral, pelo Programa Coração de Estudante. Desde junho de 2016, rastreia e identifica precocemente a cardiopatia congênita em crianças de dois a seis anos, nas escolas públicas dos municípios alagoanos. Ao todo, 5.058 pequenos corações já foram beneficiados com o serviço.
O projeto é formado por uma equipe de cardiologistas, cardiopediatras e cirurgiões cardiovasculares do Hospital do Coração de Alagoas, além de acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade Tiradentes (Unit), Centro Universitário Cesmac e Liga Acadêmica Cardiovascular da Ufal (LAVC).
Assessoria