Moradores do município de Rio Largo, região metropolitana de Maceió, formularam denúncias na Controladoria Geral da União (CGU), Ministério da Justiça (MJ), Polícia Federal e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), contra o prefeito da cidade, Gilberto Gonçalves. Por eles, Gonçalves é acusado de diversos crimes de improbidade administrativa, dentre eles contratos milionários com empresas envolvidas em fraudes, gastos duvidosos com compra e locação de veículos, vínculos com firmas envolvidas em fraudes de licitações em outros municípios, além de máfia envolvendo programas sociais.
Além disso, o promotor do Ministério Público (MPE) de Rio Largo, Magno Alexandre Ferreira Moura, foi representado na Corregedoria do Conselho Nacional do órgão, suspeito de não apurar a responsabilidade cível e penal do gestor nas denúncias. Num direito de resposta concedido pelo Folha de Alagoas, o representante do MPE disse que “todos os fatos estão sendo investigados”.
De acordo com as denúncias, assinadas por Alex Fernandes dos Santos, Marivaldo Fragoso da Silva, Cícero Leonardo Terto da Silva e Helder Cavalcante de Moura, o prefeito é “conhecido pela utilização de laranjas para abertura de empresas, contas bancárias e compras de imóveis para ocultação de patrimônio e sonegação fiscal”. O documento destaca que a falcatrua tem apoio dos filhos de Gilberto Gonçalves e de funcionários.
Eles reforçam que suas denúncias não estão surtindo efeitos, pois Gilberto Gonçalves possui uma grande influência nos órgãos públicos.
“Mesmo várias denúncias apresentadas a Câmara de Vereadores, ao MPE e MPF, sobre fraudes em contratações e licitações, como no Programa Minha Casa Minha Vida e Programa Nacional de Alimentação Escolar, o atual prefeito continua a praticar crimes […]. Tem influência na Justiça local, pois mantêm de forma ilegal, dentro do Fórum de Rio Largo, 24 contratados pela prefeitura prestando serviços nas varas, nas quais ele entra com processos absurdos tentando nos calar”.
“Gilberto Gonçalves da Silva tem uma ficha corrida grande, qual vem desde a década de 90, quando aparece na investigação do caso do assassinato do gerente da Altramac, uma empresa de equipamentos agrícolas. [..] Em Maceió, em 2006, já como deputado estadual, seis dos seus assessores (foram) presos com 500 cédulas de identidades em brancos; e, em 2010, foi preso pela Polícia Federal por ter ameaçado de morte um ex-funcionário”.
Os autores da denúncia também relembraram, no documento, que o gestor foi preso na Operação Taturana, acusado de participar do desvio milionário da Assembleia Legislativa do Estado (ALE). “Em 2017, no início do seu primeiro ano de mandado, foi denunciado ao MPE/AL por crimes de improbidade. Em 2018, o órgão abriu mais uma investigação sobre contratos fraudulentos [..] No mesmo ano, foi denunciado por realizar contratações de forma ilegal”.
O grupo também expôs que Gilberto Gonçalves tem criado leis absurdas com o intuito de arrecadar o máximo de impostos aos custos da população, a exemplo da Lei de Contribuição da Iluminação Pública, sem respeitar a legislação federal e a própria constituição. “Queremos, através destas informações e documentos, passar um pouco da nossa realidade e do sofrimento da população de Rio Largo. Precisamos acabar com esse ciclo vicioso de corrupção”.
Jornal FOlha de Alagoas