Johnny Clegg, cantor e compositor sul-africano, morreu nesta terça-feira aos 66 anos de idade, disse seu empresário.
Ele foi um dos poucos artistas brancos a confrontar abertamente o regime do apartheid no final dos anos 1970 e nos anos 1980.
Clegg havia sido diagnosticado com câncer no pâncreas em 2015. Indicado ao Grammy e vencedor do Billboard Music Award, era conhecido por sul-africanos como “umlungu omnyama”, ou “o negro branco”.
Ele falava Zulu fluentemente e integrava a cultura em sua música folk tradicional, ou “mbaqanga”. Embora tenha nascido no Reino Unido, ele se dizia sul-africano.
Em sua página oficial no Twitter, o governo da África do Sul fez uma homenagem aos feitos de Clegg. “Sua música tinha a habilidade de unir as pessoas de diferentes raças e transformá-las em uma comunidade. Enviamos nossas sinceras condolências à sua família, amigos e fãs. Clegg deixou uma marca indelével na indústria musical e nos corações das pessoas.”
Tributo a Mandela
Clegg formou a banda Juluka em 1969 com o guitarrista negro Sipho Mchunu. Era uma época onde a convivência entre raças ainda era ilegal de acordo com a segregação institucional na África do Sul.
O hit “Asimbonanga”, de 1987, um tributo a Nelson Mandela, que na época estava preso em Robben Island por mais de duas décadas, foi um dos pontos altos de uma carreira brilhante.
G1