Morando há um ano sozinha na região de Bérgamo, na Itália, em busca de uma melhor qualidade de vida, a alagoana Rose Aparecida Nizoli tem passado maus bocados após a pandemia do coronavírus. Ir ao shopping, cinema ou passear com os amigos nem pensar. A rotina da aposentada mudou completamente, após medidas tomadas pelo governo italiano com o intuito de frear a proliferação de casos da doença. O país é considerado epicentro no surto. Até o fechamento desta matéria, o total de mortes na Itália aumentou para 827.
“Estamos presos dentro de casa. Para sair tem que ser um motivo muito forte. Quem trabalha não pode desviar o caminho. Apenas estão abertos mercados, farmácias e bancas de jornal. Para efetuar compras nesses locais, é só permitido um por vez, do lado de fora do estabelecimento, e com a distância de um metro de uma pessoa para outra”, disse a aposentada, em entrevista ao Jornal Folha de Alagoas.
A alagoana destacou que várias famílias já fizeram o estoque de mantimentos dentro de casa, para não ter que ir às ruas. “Uma situação extremamente difícil. Você fica em sua residência o tempo que quiser descansando. Agora, sendo obrigado a ficar isolado, é outra realidade. Estou aguardando com fé essa tempestade passar”.
Como uma interdição inicial no norte não conteve a disseminação, o governo da Itália proibiu todas as viagens não essenciais e as aglomerações públicas no país até 3 de abril, suspendeu todos os eventos esportivos e prorrogou o fechamento das escolas.
Diante de todo o caos, Rose Aparecida faz uma análise acerca da importância das redes sociais versus o contato físico.
“Estamos num momento de reflexão. Trocar mensagens e fazer chamadas de vídeo com os familiares e amigos não é o suficiente. Precisamos de contato com a pessoa humana; de falar e ser ouvida pessoalmente. Não podemos abraçar ninguém. Quando o mundo sair dessa pandemia, creio que o abraço terá outro sentido na vida de todo mundo. Toda hora ouvimos a campanha: “não abrace”. Eu daria tudo para ter um abraço neste momento”.
Nizoli Aparecida salientou ainda que, mesmo estando em uma região de risco, nesse momento, ela acredita ser melhor para ela ficar onde está.
“A situação, claro, inspira muitos cuidados, mas não pretendo sair daqui. Temos visto as autoridades europeias trabalhando, cuidando do povo, mesmo com tantos registros já
confirmados dessa doença. Acho, eu, que no Brasil, se a situação fosse parecida, a população não teria o mesmo cuidado por parte das autoridades”, reforçou.
Alagoas
A Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) reforça a necessidade de buscar atendimento no serviço de saúde mais próximo da residência caso apresente sinais e sintomas característicos, particularmente as pessoas com histórico de viagem recente a um dos países onde foi detectada transmissão local (Alemanha, Austrália, Canadá, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Croácia, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Indonésia, Irã, Itália, Japão, Malásia , Noruega, Reino Unido, San Marino, Singapura, Suíça, Tailândia, Vietnã) ou que tenham tido contato com caso suspeito ou confirmado por COVID-19.
É necessário também adotar as medidas de precaução e principalmente que diante da apresentação de sinais e sintomas que sejam evitados locais públicos e a adoção dos seguintes cuidados:
• Higienizar (lavar) as mãos com água e sabão, sempre que necessário, principalmente antes de consumir algum alimento, após tossir ou espirrar (na falta de água e sabão, usar álcool gel).
• Utilizar lenço descartável para a higiene nasal.
• Cobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, utilizando a dobra do braço (não cobrir com as mãos).
• Evitar tocar com as mãos mucosas de olhos, nariz e boca.
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.
• Evitar contato próximo de pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infecção respiratória.
• Evitar sair de casa em período de alta transmissão de doenças respiratórias, principalmente crianças e idosos.
• Evitar aglomerações e ambientes fechados (manter os ambientes ventilados).
Como o coronavírus é transmitido?
As investigações sobre as formas de transmissão do coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por gotículas respiratórias ou contato, está ocorrendo.
Qualquer pessoa que tenha contato próximo (cerca de 1m) com alguém com sintomas respiratórios está em risco de ser exposta à infecção.
É importante observar que a disseminação de pessoa para pessoa pode ocorrer de forma continuada.