Com o objetivo de manter o contato com o Sistema Socioeducativo durante a pandemia do novo Coronavírus, a 1ª Vara Criminal da Capital Infância e Juventude tem realizado, desde o início de junho, rodas de conversa virtuais com adolescentes que cometeram infrações. Nesta segunda-feira (22), o juiz Ney Alcântara conduziu o encontro com 18 reeducandos.
Na oportunidade, os jovens receberam informações sobre a situação da pandemia fora do sistema, questionaram sobre suas demandas processuais e relataram que estão tendo contato com os familiares por telefone e como estão sendo tratados na unidade de internação. Volta das visitas e do recebimento de comidas e roupas levadas pelos parentes foram alguns dos pedidos dos adolescentes.
O juiz Ney Alcântara, titular da unidade judiciária, revelou que as reuniões virtuais têm surtido o efeito esperado já que com a ausência de diálogo os reeducandos poderiam se sentir esquecidos pelo poder público e ficarem ansiosos.
”Diante dessa dificuldade de contato pessoal, o Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública e os demais atores do sistema de Justiça, estão realizando o contato por videoconferência. Temos reuniões as segundas, terças e quartas-feiras. Nós temos sentido uma evolução muito grande, diminui a tensão dentro da unidade, eles nos questionam sobre seus processos, nós mostramos que a proibição de visita e outras medidas adotadas são para o bem deles e para que esse vírus terrível não entre naquela unidade”, esclareceu o magistrado.
Durante as rodas de conversa, a promotora de justiça Marília Cerqueira Lima explicou aos adolescentes que o acompanhamento, anteriormente realizado presencialmente, estava acontecendo por videochamada com o objetivo de protegê-los da contaminação e deixá-los informados quanto ao andamento de seus processos.
”É difícil, mas acreditem, o mundo todo está vivendo esse sacrifício para se manter com saúde. O principal agora é a prevenção da saúde, daí essa necessidade do afastamento social. Paulatinamente vamos ter uma flexibilização, estamos estudando como vamos voltar as atividades normais. Vocês não estão sendo esquecidos, estamos acompanhando vocês, os processos continuam em tramitação e todos os prazos estão correndo”, disse a promotora.
Jovens infratores tiraram suas dúvidas durante o bate-papo virtual com o Judiciário, MP/AL e Defensoria Pública.
O defensor público Fábio Freitas tirou dúvidas processuais do adolescentes durante as reuniões e reforçou que o Judiciário continua analisando a situação de cada um deles. ”Eu quero dizer que os trabalhos da Justiça da Infância e Juventude seguem normalmente, esse tempo que vocês estão aí continua sendo considerado, as avaliações continuam sendo feitas e essa oportunidade aqui é para retomarmos as conversas que já tivemos anteriormente”, comentou.
Também participaram da roda de conversa o servidor Leonardo Mota, assessor do juiz Ney Alcântara, o supervisor de Esporte, Lazer e Cultura da Sumese, Tiago Eric Santos, e o protocolista cartorário da 1ª Vara Criminal e responsável por administrar a sala de videoconferência, José Honório da Silva Neto.
Assessoria TJAL