Para mim, escrever sempre pareceu um ato natural e contínuo, assim como as fagulhas constantes de curiosidade para aprender os significados das palavras que eu não conhecia. Desde criança, elas nunca me faltaram, porque falar era o que eu mais gostava de fazer, e elas sempre me nutriram.
O quarto de Janete. Este foi o nome de um livro que escrevi na quarta série, e falando agora sobre minhas primeiras lembranças da escrita, acabei trazendo este fato para a superfície. Era um trabalho da escola e nós tínhamos que criar uma história e produzir também um livro, só lamento não conseguir lembrar agora exatamente sobre o que falava aquela história que inventei.
Estou pensando aqui no quanto eu levei a sério aquela atividade, afinal, era o meu primeiro livro e ser escritora estava constantemente nas primeiras respostas ao “o que você quer ser quando crescer?” que todo adulto adorava perguntar. Papel chamex dobrado ao meio, acabamento lateral com papel camurça vermelho, o título com as letras desenhadas com stencil e, Janete, a minha protagonista, recortada de alguma revista que encontrei pelo caminho. Meu pai, também apaixonado por escrever, tentou me ajudar, mas pedi que ele somente revisasse a história no final. Eu realmente estava me sentindo muito importante.
Nunca conheci nenhuma Janete na vida, além da minha personagem. O livro não existe mais, a não ser as pequenas partes dele, apenas na minha memória e enquanto a vida seguiu seu rumo, eu continuei rabiscando, fazendo esboços e colecionando os caderninhos que foram como um lar para tantas palavras que imploravam para conhecer a vida aqui fora.
Alguns anos atrás, descobri o Facebook e depois me aventurei pelo Instagram, pretendendo sempre utilizar essas plataformas como uma forma de emplacar algo muito parecido com um blog, quando finalmente encontrei o que estava procurando. O www.ensaiandopalavras.com foi ao ar, poucos meses atrás. Eu sempre quis continuar escrevendo e os meus cadernos estavam ficando apertados demais para tudo o que precisava falar ao mundo e sempre soube que essa era a minha grande fonte de energia.
Escrever tem sempre um efeito terapêutico, eu já percebi, e por isso estou aqui neste espaço, falando com você, caro leitor, porque quero descobrir novos mundos possíveis, novas referências e muitas outras pessoas que possam se identificar com as minhas palavras, minhas histórias e nossas futuras descobertas. Oi! Eu sou Natália Lopes, escritora dos sentimentos e dos cotidianos e quero te convidar a me encontrar por aqui, toda semana, a partir de agora.
Ah, e sabe “O quarto de Janete”? Não lembro da nota que tirei, mas conforme combinamos, meu pai revisou o livro e corrigiu um erro. Ele me explicou que os quartos não possuem uma suíte. Eles podem ter um banheiro e, portanto, ser uma suíte. Acho que tinha na história um trecho que dizia que aquele quarto era “com suíte”. Foi mais ou menos assim, e eu nem sei como lembrei disso agora, só sei que esse detalhe foi imenso naquela época e eu nunca mais esqueci.