Redação
A trajetória da BRK Ambiental na Região Metropolitana de Maceió continua acumulando relatos de problemas e agora até possível crime ambiental. Deputados estaduais declararam em sessão nesta terça-feira (26) que estão recebendo informações da população sobre recorrentes falta d’água em vários municípios, cobranças irregulares, além de que dejetos estariam sendo jogados nos rios Pratagy e Mundaú.
O primeiro a usar a tribuna foi Galba Novaes (MDB), que citou Messias e Marechal Deodoro, cidade que ficou recentemente cinco dias sem água. “São 11 dias sem água [em Messias] e a BRK não explica o motivo à população. Uma comissão de moradores daquela cidade esteve no meu gabinete e me pediu para cobrar explicações e uma solução para o problema”, disse.
“Os moradores do bairro Jarbas Oiticica, em Rio Largo, reclamam que a central de tratamento de esgoto está jogando os dejetos nos rios Pratagy e Mundaú. Isso é uma coisa muito grave”, destacou Novaes.
Para o parlamentar, o objetivo da privatização, de melhorar os serviços e atendimentos, não está sendo cumprido. “Vamos apurar todos os fatos relatados aqui, inclusive no que se refere aos valores das tarifas, e trazer para esta Casa todos os dados para encontrarmos uma solução para a população”.
O deputado Cabo Bebeto (PTC) citou outros problemas que vem recebendo a respeito da atuação da BRK. “Temos informações que existem cobranças de esgoto onde não há saneamento e que não existe comunicação da BRK à população quando acontece a paralisação do abastecimento de água em alguma região”, afirmou.
Já Davi Maia (DEM) cobrou maior fiscalização das operações feitas pela empresa. “É necessário dizer que a coleta de água e o seu tratamento ainda são de responsabilidade da Casal. Sobre as denúncias de Rio Largo, solicitarei ao secretário de Meio Ambiente daquela cidade todos os questionamentos ambientais que foram feitos à BRK em relação ao sistema de tratamento”.
Em setembro, a Folha relatou que, em apenas dois meses, a BRK Ambiental bateu o recorde da Equatorial em número de reclamações no Procon. A reportagem procurou a empresa para saber dos relatos feitos pelos parlamentares
NOTA – RIO LARGO
A BRK esclarece que, desde quando assumiu os serviços de água e esgoto de Rio Largo, há menos de 120 dias, recebeu as estruturas já em condições operacionais adversas e a resolução da situação está prevista em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Instituto do Meio Ambiente (IMA). A concessionária reforça que está comprometida em realizar as ações de adequação, recuperação e todas as melhorias necessárias para a adequada prestação dos serviços dentro do prazo estabelecido pelo TAC, por meio do plano de investimento da BRK para a Região Metropolitana de Maceió.
Na última quarta-feira (20), inclusive, representantes da empresa participaram de uma audiência com o Ministério Público e a Prefeitura de Rio Largo para tratar sobre o tema. Em consenso, foi acordada uma nova agenda, ainda nesta semana, com o secretário Municipal do Meio Ambiente para definir estratégias que consigam minimizar os problemas que existem há anos no município, já que a solução definitiva virá com o avanço do projeto de concessão.
NOTA – MESSIAS
A BRK informa que vai designar uma equipe técnica para avaliar a situação do município de Messias em campo, já que não há registros no sistema de atendimento da empresa que evidencie o desabastecimento durante todo este período informado pela reportagem. A concessionária também acionará a Casal, responsável pela operação do sistema produtor, para verificar o funcionamento dos processos de captação e tratamento da água distribuída pela BRK na cidade. A BRK informa ainda que o município receberá significativos investimentos ao longo do projeto de concessão na Região Metropolitana de Maceió. Nesse contexto, já está em curso o projeto para implantação de Estação de Tratamento de Água, que deverá ser concluída ainda no primeiro semestre de 2022 e atenderá a toda área urbana do município.