Recém-filiado ao Podemos, o ex-juiz e ministro Sérgio Moro está fazendo um treino intensivo com um fonoaudiólogo para se tornar um político articulado em suas falas. Sem experiência, o paranense está recebendo dicas sobre o que vestir, palavras a evitar e gestos que não pode fazer.
Quem o prepara como produto político se preocupa com a falta de habilidade de Moro para ter uma oratória cativante, posicionamento e carisma. Outra dúvida é como Moro vai se comportar quando ficar nervoso. Um aspirante ao Planalto não pode travar ou demonstrar fraqueza em debates com adversários ou entrevistas espinhosas.
Além disso, com uma possível campanha baseada apenas no combate à corrupção, outros assuntos como Educação, saúde, habitação e meio ambiente são incógnitas. Há ainda temas identitários como racismo, questões LGBTQIA+ e feminismo, em que a opinião de Moro não é sequer conhecida. A avaliação de quem o prepara é que pode não existir tempo hábil para preparar o ex-juiz.
Tentando se colocar como nome de terceira via, Moro, que foi ministro do presidente Jair Bolsonaro apareceu com 8% das intenções de voto na última pesquisa Ipespe. Ele se reuniu com outros nomes que buscam o protagonismo entre aqueles que não querem Lula ou Bolsonaro, líderes na corrida presidencial, no poder.
“Se tiver três, quatro candidatos [pela terceira via], pode escrever que vai ser Lula e Bolsonaro no segundo turno. Cada um deles tem apoiadores radicais em torno de 20%, 25%. Todos sabem que [a terceira via] não pode fragmentar”, afirmou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
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