Integrantes da Anvisa ouvidos pelo blog nesta sexta-feira (24) viram uma mudança de tom do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao afirmar, na quinta, que a vacinação de crianças contra Covid pode começar em um prazo “bastante curto”.
Esses técnicos dizem, entretanto, que exigência de receita médica, aventada pelo ministro, “burocratiza” imunização, principalmente para quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nas palavras de um diretor da agência, cabe ao Ministério da Saúde explicar como se dará a logística para lidar com os milhões de pedidos que chegarão ao SUS para que as crianças se vacinem.
Como diz uma fonte militar: “quem dá a missão dá os meios”. Portanto, cabe a Queiroga detalhar como funcionará o acesso à vacina para quem não dispõe de recursos econômicos – ou seja, a maioria da sociedade – e precisará de uma prescrição médica vinda do SUS.
Segundo o blog apurou, toda vacina autorizada é aplicada sob prescrição médica. Entretanto, quando ela é incorporada no programa de saúde pública, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) passa a exercer essa função. Por isso, as pessoas podem tomar as vacinas sem a necessidade de ter uma prescrição médica individual.
A vacinação nunca exigiu prescrição médica. Quando incorporada ao SUS, o PNI passa a determinar quem pode tomar e quem não pode.
Ou seja, na avaliação de especialistas da área, ao exigir receita do que é do SUS, busca-se transferir algo que é intransferível na gestão pública: responsabilidade.
G1