Da Redação
O pastor e ex-prefeito de Rio Largo, Toninho Lins, afirmou que não pretende voltar a disputar eleições, mas não descartou a possibilidade, já que membros da igreja defendem sua candidatura. Em entrevista, ele também avaliou o atual gestor, Gilberto Gonçalves.
Segundo Toninho, o intuito dos membros é que ele seja candidato a deputado federal, por causa da pauta evangélica sempre em debate no Congresso. “É normal que a igreja queira fomentar novas lideranças e ela me vê como um político novo”.
“O desejo não existe. Não tenho vontade de voltar para a atividade política, e é até difícil de falar isso. Não é que eu tenha traumas ou medos, pelo contrário, só tenho medo dos castigos de Deus. A questão é que eu recebo um chamamento verdadeiro da igreja”, disse Toninho.
Questionado acerca da gestão do atual prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, o ex-gestor afirmou que não conhece nenhuma grande obra recente, mas reconhece que, do ponto de vista fiscal e financeiro, o GG tem cumprido com seu papel.
“Avalio como uma gestão que não esperávamos, porque verdadeiramente esperávamos um desastre pelo histórico do prefeito. Não estou aqui fazendo crítica, mas, assim, tudo demonstrava que seria um desastre, mas não é o que tem acontecido. Tem sido uma gestão bastante organizada e tem tido a sorte de ter essa safra de prefeitos, da gestão passada para esta, de um recurso que nunca se viu”, argumentou.
Toninho ainda citou as dificuldades de caixa da sua época quando chegava o dia do pagamento dos servidores e desejou sucesso ao atual prefeito, que possui aliados fortes, como do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Igreja x Lula
Ele disse que compreende as discordâncias da igreja com a possível candidatura do ex-presidente Lula, mas que o petista ajudou demais o município. “Eu entendo que o ex-presidente Lula fez os avanços que o país precisava do ponto de vista social. Eu fui a São Paulo esses dias e vi pessoas morando nas ruas, coisa que não víamos há tempos. Confesso que é muito difícil para mim voltar a Rio Largo e defender uma candidatura que não fosse a de Lula”, ratificou.
Mercado da fé
Por fim, sobre os escândalos que de vez em quando vêm à tona de desvios de pastores e igrejas, chamados de mercadores da fé, Toninho comentou: “A salvação é individual. Uns vão morar no céu, outros não vão ter esse privilégio. Tem muita gente dentro da igreja que não vai morar no céu”.
A entrevista foi concedida ao programa (a)ponte, realizado em parceria da Folha de Alagoas com a Band Nordeste. Confira: