A Ucrânia recomendou hoje que seus cidadãos deixem a Rússia imediatamente, citando o risco de uma invasão após o presidente Vladimir Putin reconhecer a independência de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia e assinar acordos com os rebeldes, abrindo as portas para a presença militar na Ucrânia.
Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores diz que “a escalada de agressão russa contra a Ucrânia pode complicar a assistência consular”. O texto pede que cidadãos evitem viagens à Rússia.
O país também declarou estado de emergência por 30 dias. O governo também anunciou que haverá serviço militar obrigatório para todos os homens em idade de combate.
Ontem, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, afirmou que o objetivo final de Putin é “destruir a Ucrânia”. Em mensagem nas redes sociais, ele pediu que os países parceiros imponham mais sanções contra a Rússia.
“Os primeiros passos decisivos foram dados ontem, e estamos gratos por eles. Agora a pressão precisa aumentar para parar Putin”, escreveu Dmytro Kuleba.
Os Estados Unidos anunciaram ontem um pacote de sanções contra a Rússia que incluem o bloqueio de instituições financeiras militares, proíbem negociações com a dívida soberana russa e impõe limites à elite da Rússia e seus familiares. Reino Unido e França também impuseram sanções após o avanço da Rússia no leste da Ucrânia.
A Otan afirmou que a Rússia planeja um ataque de grande escala na região: “Tudo sugere que a Rússia está planejando um ataque maciço na Ucrânia” depois de enviar tropas aos territórios separatistas pró-Rússia, disse o secretário-geral do órgão, Jens Stoltenberg após uma reunião extraordinária na sede da Aliança em Bruxelas.
Putin diz que a entrada do Exército na Ucrânia “dependerá da situação no terreno”. Ele disse ainda que a “melhor solução” para acabar com a crise seria Kiev desistir de seu desejo de se juntar à Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte), mas que acordos de paz “já não existem”.
A Rússia anunciou que removerá seu corpo diplomático da Ucrânia por medo de ameaças a diplomatas e trabalhadores de consulados.
Agências