Da Redação
O desembargador Tutmés Airan confirmou, em entrevista exclusiva à Folha/Mix hoje (10), que recebeu o convite para compor como vice a chapa do deputado Paulo Dantas ao Governo de Alagoas no pleito de outubro.
O desembargador afirmou que está em processo de reflexão, porque seria uma mudança profunda na vida dele. “Eu teria que me aposentar, então tenho que avaliar muito”.
O critério para a decisão, segundo Tutmés, é se ele será mais útil à população alagoana no Executivo ou no Judiciário.
“Não tenho como negar. Houve esse convite do candidato Paulo Dantas que me foi feito também com o deputado Marcelo Victor e com meu querido companheiro Zé Dirceu. Me colocaram esse desafio e me senti muito honrado com esse convite, só que ele tem consequências pessoais tensas”, declarou Tutmés.
O prazo para a escolha é até 02 de abril. Até lá, Tutmés teria que se aposentar e ainda se filiar a um partido, o que seria o menor dos problemas.
“Obviamente que a minha posição político-partidária sempre esteve definida, que é o Partido dos Trabalhadores ao qual fui filiado antes de ser magistrado”, completou.
Retorno presencial Judiciário
Hoje, a Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) oficiou o Tribunal de Justiça cobrando a retomada das atividades presenciais no Judiciário estadual, que adiou a volta para abril.
Sobre o assunto, Tutmés declarou que entende o pedido da OAB e é favorável ao retorno imediato. “Inclusive acho que já deveríamos ter voltado”.
“É preciso entender que o Poder Judiciário é de carne e osso. Um juiz dentro da comarca tem um valor simbólico importantíssimo. As pessoas precisam saber quem é seu juiz. Isso não quer dizer que abandonemos as ferramentas do avanço tecnológico formidável que representou o teletrabalho”, declarou.
Para o desembargador, é preciso conciliar os dois sistemas, remoto e presencial, para prestar o melhor serviço à população.
“Por exemplo, não há dificuldade nenhuma de se fazer audiência de casa, usando a tecnologia, não há problema e não precisa ir para o fórum, mas o fórum precisa estar aberto para que as pessoas sintam a presença do juiz e seus auxiliares na comarca”, acrescentou Tutmés.
Mês da Mulher
Atuante nos debates de combate à violência contra a mulher, Tutmés citou que ainda existem muitos desafios, sobretudo em políticas públicas de acolhimento às vítimas após a denúncia. “O principal desafio é a dependência econômica e emocional”.
“A violência vai continuar acontecendo, mas o que cabe a nós fazermos é tentar diminuir ao máximo a incidência dos casos. É aprimorar a Patrulha Maria da Penha, estar atento às medidas protetivas, ter um espaço para onde a mulher possa ir quando ela está sendo violentada. Isso tudo está construído, agora precisamos aprimorar cada vez mais esses mecanismos”, disse.