Leonardo Ferreira e Nycole Melo
A agonia dos ex-funcionários do Hospital Veredas continua. Já são nove meses sem receber suas verbas rescisórias. Em julho, foi firmado um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para a quitação do débito em duas parcelas: 31/08 e 30/09. Mas até hoje (13), não houve o depósito da primeira parte.
Sem receber nada de seus direitos, os demitidos já começam a descrer nos prazos prometidos, como lamentou a esposa de um ex-funcionário da manutenção, que até hoje segue desempregado. Vale citar que o valor da dívida, juntando os 160 profissionais, é de cerca de R$ 1,3 milhão.
Com uma emenda federal, o Veredas conseguiu finalmente pôr em dia o salário dos atuais trabalhadores em um cenário de caos desde o ano passado. No entanto, como o montante não pode ser usado para dívidas anteriores à data do repasse, os ex-funcionários ficaram a ver navios.
Questionada, a diretoria do Veredas reafirmou o compromisso firmado junto ao MPT no sentido de efetuar o pagamento das rescisões salariais em aberto assim que haja o repasse pelos entes públicos dos valores necessários.
“A previsão é para até o dia 15 de setembro corrente, prazo este também condicionado pelo hospital para a tal regularização, o qual só não será cumprido se não houver a realização do referido crédito”, disse em nota.
Por fim, o Veredas explicou que o Governo do Estado não efetuou o pagamento dos repasses no final do mês de agosto. Com isso, não dá para certificar que finalmente o acordo será cumprido.
No início da semana passada, com o descumprimento do prazo, houve um protesto na porta da unidade. Em resposta, o hospital disse que o crédito junto ao Estado é no valor de R$17.949.975,50, sendo que R$8.833.230,20 já foram devidamente auditados e com nota emitida.
Também procurado, o MPT não recebeu contato do Veredas sobre um novo prazo específico da 1ª parcela, mas disse que o acordo firmado pela unidade hospitalar prevê dispositivos automáticos em caso de descumprimento, como multa diária por atraso, cujo valor será revertido aos próprios trabalhadores.