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O senador Renan Calheiros (MDB-AL) expressou sua reprovação em relação à intercessão do ministro da Casa Civil, Rui Costa, em favor da Braskem, durante a reunião realizada no Palácio do Planalto para discutir o colapso da mina 18 no bairro do Mutange. Renan coletou assinaturas para instaurar a CPI no Senado, um movimento que o governo está tentando neutralizar.
Para Calheiros, qualquer negociação deve ser discutida apenas se houver uma proposta oficial de indenização por parte de um representante da Braskem. Por essa razão, durante o encontro, o senador questionou Rui Costa se este falava em nome da empresa. Segundo Renan, o ministro recuou.
“Quando se defende um acordo para pagar as vítimas, quem tem que falar isso é a Braskem. Em determinado momento, eu perguntei ao [ministro] Rui Costa: ‘Você está falando em nome da Braskem?’. Ele disse: ‘Não, claro que não’”, explicou o senador Renan Calheiros
Horas antes, o presidente Lula (PT) reuniu autoridades e grupos políticos opostos no Palácio do Planalto para tentar resolver a crise em Maceió. De um lado, o senador Renan Calheiros e o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB). Do outro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL).
O governo Lula é contra a CPI por receio de que a investigação avance sobre a Petrobras, que possui cerca de 35% de participação na Braskem. Porém, vê a instalação como consenso na Casa.
A instalação da CPI ficou para esta quarta-feira (13), às 9h, mesmo horário da sabatina de Flávio Dino ao STF. A previsão era de abertura às 15h desta terça.
Responsável pela abertura da comissão, o senador Otto Alencar sugeriu que a CPI poderia ficar para o ano que vem. Ele justificou que a agenda do Senado está apertada.
A possibilidade de adiamento gerou reação imediata dos senadores Renan Calheiros e Omar Aziz (PSD-AM). Eles conversaram com Otto e reclamaram que não havia como não abrir a CPI. A instalação foi então marcada para amanhã, quando devem ser escolhidos o presidente e o relator da CPI.
/Com informações do UOL